Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Mussi, Fernanda Gallinari Machado Sathler
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Orientador(a): |
Gonçalves, Leandro Pereira
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Banca de defesa: |
Martinho, Francisco Carlos Palomanes
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Maia, Tatyana de Amaral
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Ferro, Flavia Salles
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em História
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18400
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Resumo: |
O presente estudo explora a relação política e pessoal de Carlos Lacerda com Portugal, examinando sua atuação política em paralelo aos contextos históricos de ambos os países. Analisa a trajetória de Lacerda desde sua oposição a Getúlio Vargas até suas relações com o regime salazarista e suas incursões diplomáticas em Portugal. A pesquisa se aprofunda nos fatores que aproximaram Lacerda do governo português, especialmente após o Golpe CivilMilitar de 1964, que o afastou da política nacional e o incentivou a estreitar laços com o regime de Salazar. Aborda-se o início das relações entre Brasil e Portugal, destacando Lacerda como um “português de alma”, construindo conexões baseadas em heranças culturais e interesses políticos. Após um exame detalhado de documentos históricos, inclusive do arquivo da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) e de outros repositórios portugueses, são explorados eventos diplomáticos que moldaram a visão de Lacerda sobre Portugal, influenciada tanto por sua herança familiar quanto pelo contexto político da época. Analisam-se os interesses por trás da amizade de Lacerda com Portugal entre 1960 e 1965, revelando como ele buscava influenciar a política externa brasileira em favor da manutenção das colônias portuguesas na África, em um período marcado pela Guerra Colonial. Como governador da Guanabara, Lacerda procurava fortalecer esses laços, tanto para objetivos políticos imediatos quanto para suas ambições presidenciais. Além disso, apresenta-se Lacerda como um estrategista da dominação colonial, ressaltando seu envolvimento com a Frente Ampla e a defesa do colonialismo português, assim como suas relações com Salazar e Marcello Caetano. Essa fase da pesquisa expõe as estratégias de Lacerda para manter sua influência na política brasileira e portuguesa, mesmo após ter seu mandato cassado e ter sido preso pela ditadura brasileira em 1968. Finalmente, examinam-se os últimos anos de Lacerda na política, explorando seu apoio à Revolução dos Cravos em 1974 e sua colaboração com o general Spínola, com quem manteve uma relação próxima. O apoio de Lacerda à revolução reflete suas tentativas de influenciar os rumos de Portugal, mesmo em seus anos finais, evidenciando a complexidade de seu legado político. A pesquisa é fundamentada em uma vasta gama de fontes primárias, que incluem documentos diplomáticos, correspondências e registros da imprensa portuguesa, complementadas com entrevistas e depoimentos familiares, que oferecem uma visão íntima sobre as motivações pessoais de Lacerda. Esta tese contribui para a historiografia ao aprofundar o estudo das interseções entre a política brasileira e portuguesa no século XX, trazendo novas perspectivas sobre as conexões transnacionais e o papel de Carlos Lacerda nas relações luso-brasileiras. |