Prevalência, fatores de risco e desfechos associados a uma ventilação mecânica não protetora em pacientes sob risco para Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo: um estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vieira, Rodrigo Souza lattes
Orientador(a): Pinheiro, Bruno do Valle lattes
Banca de defesa: Barbas, Carmen Sílvia Valente, Pace, Fábio Heleno de Lima
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10299
Resumo: Introdução: Apesar de evidências sobre os benefícios da ventilação mecânica (VM) protetora em pacientes sem síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), estudos observacionais têm mostrado que a adesão ao seu uso tem sido limitada. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar a proporção de pacientes sem SDRA que receberam VM não protetora e os fatores de risco associados ao uso desta estratégia. A associação da VM não protetora com a mortalidade hospitalar também foi avaliada. Métodos: Esta coorte prospectiva foi conduzida em uma unidade de terapia intensiva (UTI) de um Hospital Universitário no Brasil. Foram incluídos 116 pacientes em VM, com pelo menos um fator de risco para o desenvolvimento de SDRA. Parâmetros ventilatórios foram registrados duas vezes ao dia durante sete dias e os pacientes foram divididos em dois grupos (VM protetora ou não protetora), baseado na pressão de distensão (PD) ou no volume corrente (VT). Resultados: A VM não protetora ocorreu em 32,8% dos pacientes quando baseada na PD (95% IC 24,7-41,9%), e em 42,2%, quando baseada no VT (95% IC 33,5-51,5%). Pneumonia, complacência do sistema respiratório (CSR), relação entre pressão parcial de oxigênio no sangue arterial e fração inspirada de oxigênio (PaO2/FIO2) e pH foram fatores associados de forma independente ao emprego da VM não protetora, baseada na PD; enquanto Simplified Acute Physiologic Score-3 (SAPS 3), baixo peso predito e PaO2/FIO2, foram associados ao uso da VM não protetora, baseada no VT. A VM não protetora baseada na PD, mas não no VT, foi associada de forma independente à mortalidade hospitalar. Conclusão: Parâmetros ventilatórios potencialmente lesivos ainda são utilizados em pacientes sob risco para SDRA, e especialmente altas PDs associaram-se a maior mortalidade hospitalar. Devemos nos atentar quanto a esses ajustes, principalmente em situações com maior risco de ajuste de parâmetros não protetores, como na presença de pneumonia, níveis baixos de PaO2/FIO2, complacência e pH, escore elevado SAPS 3, e baixo peso predito.