Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo Pediátrico (SDRAp): frequência, mortalidade, trocas gasosas e terapêuticas empregadas na UTI Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu- análise retrospectiva de 3 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Antoniazzi, Carolina de Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183198
Resumo: INTRODUÇÃO: Em 1994, a Conferência de Consenso Americano-Européia estabeleceu pela primeira vez critérios diagnósticos para definir a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), critérios estes utilizados desde então em adultos e crianças. Em 2012, uma nova definição – a chamada definição de Berlim – foi proposta para adultos, porém sem referências quanto à sua aplicabilidade na faixa etária pediátrica. Em 2015 foi publicado o Pediatric Acute Lung Injury Consensus Conference (PALICC) que teve como objetivo definir SDRA em pediatria (SDRAp), especificando fatores predisponentes, etiologia e fisiopatologia. OBJETIVOS: Estratificar a gravidade da SDRAp, bem como descrever sua frequência e mortalidade na UTI Pediátrica do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Botucatu utilizando os novos critérios definidos pelo PALICC; comparar a estratégia ventilatória utilizada com o que é atualmente recomendado pela Conferência de Consenso em SDRAp e descrever a frequência de utilização de terapias adjuvantes. MÉTODOS: Os dados foram obtidos do prontuário eletrônico de todos os pacientes internados na unidade no período compreendido entre 30 de julho de 2012 a 30 de julho de 2015. Foram aplicados os critérios para diagnóstico e classificação da SDRAp para todos os pacientes com diagnóstico de insuficiência respiratória aguda (IRA) e realizada estatística descritiva dos dados. RESULTADOS: Foram analisados 396 prontuários durante o período estabelecido, sendo que 148 (37,4%) foram incluídos no estudo, todos com o diagnóstico de IRA. Dentre estes, 35 (23,6%) preencheram critérios diagnósticos para SDRAp, sendo 14 classificados como SDRAp leve (40%), 8 como SDRAp moderada (23%) e 13 como SDRAp grave (37%). A mortalidade por SDRAp foi de 20%, sendo 14,3% nos casos leves e 23% nos graves. As médias da pressão inspiratória (Pip), da pressão expiratória final positiva (PEEP) e do gradiente de pressão (Pip – PEEP) máximas utilizadas nos casos graves foram respectivamente 27 cmH2O, 11 cmH2O e 13 cmH2O e a média da FiO2 máxima foi de 60%. A média da PaCO2 variou de 43 mmHg (SDRAp leve) a 58 mmHg (SDRAp grave). A posição prona foi utilizada em todos os casos graves e na maioria dos casos moderados e a ventilação oscilatória de alta frequência (VOAF) associada ao óxido nítrico inalatório (NOi) foram utilizados em todos os casos de SDRAp grave. CONCLUSĀO: A SDRAp representou quase ¼ das internações por insuficiência respiratória aguda na UTIP do HC da Faculdade de Medicina de Botucatu e 8,8% do total de internações no período estudado. A maioria dos casos de SDRAp foram leves, seguidos dos casos graves e moderados respectivamente. Apesar da mortalidade alta, a mesma, permaneceu abaixo do que é descrito na literatura. A ventilação mecânica utilizada pode ser considerada protetora. A posição prona e o NOi foram as terapias adjuvantes mais utilizadas.