Associação entre pressão de distensão e mortalidade em pacientes sob risco para Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo: estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bastos Netto, Cristiane lattes
Orientador(a): Pinheiro, Bruno do Valle lattes
Banca de defesa: Holanda, Marcelo Alcântara, Hallack Neto, Abrahão Elias
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10301
Resumo: Introdução: Embora a pressão de distensão (PD) maior que 15 cmH2O esteja associada a maior mortalidade em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), esse impacto clínico não está bem estabelecido em pacientes sem SDRA. Portanto, esse estudo teve como objetivo avaliar se há uma associação entre a PD e a mortalidade em pacientes sob risco de desenvolver SDRA. Métodos: Foi realizada uma coorte prospectiva na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil (HU-UFJF). Foram incluídos pacientes com idade maior ou igual a 18 anos, em ventilação mecânica (VM) e que apresentassem um ou mais fatores de risco para SDRA. Os parâmetros ventilatórios foram coletados duas vezes ao dia por sete dias e os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a PD: VM protetora (≥80% das medidas com PD <15 cmH2O) e VM não-protetora (<80% das medidas com PD <15 cmH2O). O desfecho primário foi a mortalidade hospitalar. Como desfechos secundários, foram incluídos mortalidade na UTI e em 28 dias, e a relação PaO2/FIO2 no dia 7. Resultados: Foram incluídos 116 pacientes no estudo, sendo 78 no grupo VM protetora. A regressão multivariada de Cox ajustada para idade, SAPS-3, uso de vasopressor, valores de base para PaO2/FIO2, PEEP, complacência do sistema respiratório, pH e PaCO2, mostrou que a VM protetora esteve associada a menor mortalidade hospitalar (HR, 0,37; 95% IC, 0,19-0,73), menor mortalidade na UTI (HR, 0,40; 95% IC, 0,19-0,85) e menor mortalidade em 28 dias (HR, 0,41, 95% IC, 0,18-0,94), porém não esteve associada a menores níveis de PaO2/FIO2 no dia 7. Conclusão: A PD parece ser uma ferramenta útil nos ajustes da VM em pacientes sob risco de desenvolver SDRA.