Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Brandi, Maria Tereza
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Orientador(a): |
Chebli, Júlio Maria Fonseca
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Banca de defesa: |
Damião, Aderson Omar
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4966
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Resumo: |
Embora fatores psicológicos tenham sido inicialmente postulados como determinantes na etiologia da doença de Crohn (DC), atualmente esta hipótese foi descartada, embora distúrbios de ansiedade e depressão possam exacerbar ou desencadear atividade da doença. Entretanto, a prevalência das síndromes de ansiedade e depressão nas DC, assim como seus possíveis fatores associados às mesmas estão pouco definidos. Objetivos: Avaliar em pacientes portadores de DC a prevalência de síndrome depressivo-ansiosa, bem como os possíveis fatores de risco. Material e Métodos: 110 pacientes (55 homens e 55 mulheres) com média de idade de 38,2 anos (variação 18 a 64 anos) com diagnóstico estabelecido de DC foram avaliados durante o período de Dezembro 2005 a Abril de 2007 para a presença de síndrome depressivo-ansiosa. Registrou-se dados sócio-demográficos relevantes, características clínicas relacionadas às DII, e os antecedentes pessoais. Na avaliação do fenótipo da DC usou-se a classificação de Viena, enquanto a atividade da DC foi avaliada pelo índice de atividade da doença de Crohn (IADC). Para a avaliação psicológica dos pacientes foram utilizados dois instrumentos de auto-avaliação: o Inventário de Depressão de Beck e a subescala de ansiedade da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão. Os mesmos questionários foram aplicados em grupo controle de 110 pacientes (52 homens e 58 mulheres) com média de idade de 39,9 anos (variação 18 a 65 anos) atendidos em um ambulatório de gastroenterologia geral por doenças cronicas gastrointestinais (exceto DC). Para fins comparativos, os pacientes com DC foram divididos em grupos com e sem síndromes depressiva (SD) e/ou ansiosa (SA). Resultados: Os pacientes com DC e grupo controle foram similares com relação ao sexo, estado civil, idade, raça, emprego atual, e consumo de álcool. Entretanto, pacientes com DC foram mais freqüentemente tabagistas (p= 0.05) e tinham maior nível de escolaridade (p<0.02). Síndrome depressiva foi significantemente mais freqüente em pacientes com DC que no grupo controle (25,4% vs. 8,2%; p<0.003), enquanto a prevalência de SA (33,6% vs. 22,7%) e disforia (13,6% vs.6,4%) foram similares em ambos os grupos. Os pacientes com DC e SD comórbida foram significantemente mais prováveis de apresentarem doença ativa na inclusão quando comparado aqueles não depressivos (71,4% vs. 34,1%, respectivamente; p=0.04). Adicionalmente, o escore basal do IADC foi significantemente maior nestes (282 ± 113) do que naqueles sem SD (138 ± 50; p= 0.001). Nos 37 pacientes com DC e SA comorbida, houve nítida tendência do predomínio de mulheres. Em comparação aos pacientes sem SA, significantemente mais pacientes com SA tinham historia familiar de depressão (56,7% vs. 16,4%; p=0.002). Conclusão : Nossos resultados mostram que SD e/ou SA são distúrbios altamente prevalentes em pacientes com DC. A atividade da DC foi o principal fator associado com a coocorrência de SD, enquanto que historia familiar de depressão mostrou ser um fator significantemente associado a SA nestes pacientes. A alta prevalência de síndrome depressivas e/ou ansiosas encontradas em pacientes com DC, junto com a disponibilidade do tratamento efetivo para estas condições, indica que é oportuno recomendar rastreamento rotineiro para SD/SA como parte da melhora da qualidade do cuidado aos sujeitos com DC. |