Síndromes depressiva e ansiosa em mulheres climatéricas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Polisseni, Alvaro Fernando lattes
Orientador(a): Guerra, Martha de Oliveira lattes
Banca de defesa: Nagem, Tânus Jorge lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2827
Resumo: Os sintomas psicológicos apresentados pela mulher, na fase de climatério, vêm sendo estudados desde o século XIX, dando-se destaque para a presença de sintomas depressivos e ansiosos. A expectativa de vida vem aumentando e é possível dizer que elas viverão um terço de sua vida após a menopausa. A saúde mental e a qualidade de vida merecem especial atenção para que elas possam viver de maneira tão saudável quanto possível a fase do climatério. Para entender um pouco mais a dinâmica entre sintomas depressivos, ansiosos e contexto biopsicossocial dessas mulheres, propusemo-nos a realizar este estudo. Ele teve como objetivos determinar a prevalência das síndromes depressiva e ansiosa nas fases do climatério e os prováveis fatores responsáveis por sua ocorrência. Foram selecionadas 93 mulheres com idade entre 40 e 65 anos que freqüentaram o ambulatório de climatério do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF), no período de maio de 2006 a agosto de 2007. Os critérios de exclusão utilizados foram as pacientes em uso de terapia hormonal oral, transdérmica ou vaginal nos últimos três meses, hormonioterapia por implantes, DIUs e injetáveis de depósito nos últimos seis meses, endocrinopatias que levassem a irregularidades menstruais, hepatopatias, coagulopatias, drogas que interferissem no ciclo menstrual, uso de ansiolíticos e antidepressivos, histerectomizadas, ooforectomizadas, portadoras de câncer e de enfermidades psiquiátricas, pacientes submetidas à radio e/ou quimioterapia. Foram aplicados quatro questionários durante a entrevista: Anamnese contendo dados sócio-demográficos, informações clínicas e hábitos de vida; Índice Menopausal de Blatt-Kupperman; Sub-escala Hospitalar para Ansiedade e Depressão (HADS-A) e Inventário de Depressão de Beck. Foram realizadas as análises descritivas e de correlação entre as variáveis; o teste do Qui-quadrado e de Hosmer-Lemeshow, usando o programa Software Statistica versão 6. Não houve correlação significativa entre a ocorrência das síndromes depressiva (p=0,12), ansiosa (p=0,88) e as fases do climatério. A média de prevalência da síndrome depressiva entre as pacientes avaliadas foi de 36,8% enquanto que da síndrome ansiosa foi de 53,7%. Observou-se relação significativa entre a presença de sintomas climatéricos de intensidade moderada e o aparecimento destas síndromes (p<0,001). A síndrome depressiva foi mais freqüente em mulheres portadoras de síndrome ansiosa (OR=4,22) e insônia (OR=4,99), sendo a atividade remunerada considerada fator de proteção (OR=0,27). Os fatores de risco relacionados à síndrome ansiosa foram a presença de síndrome depressiva (OR=6,10) e antecedentes de tensão pré-menstrual (OR=7,08). Concluiuse que a prevalência das síndromes depressiva e ansiosa é elevada no climatério, sendo possível detectar fatores de risco relacionados a sua ocorrência. Seu diagnóstico, através de instrumentos específicos, seguido de uma abordagem terapêutica adequada, pode melhorar a qualidade de vida destas mulheres.