Resumo: |
A ficção científica de Ursula K. Le Guin destaca-se de outros autores do gênero por seu maior interesse em narrativas psicológicas, com foco nas relações interpessoais e culturais dos personagens. Sua noveleta “Vaster Than Empires and More Slow” (1971), parte do Universo Hainish de Le Guin, é um exemplo dessas características, sendo escolhida como objeto de estudo da presente dissertação de mestrado dada a sua relevância no contexto da ficção científica e literatura estadunidense. Na história, um grupo de exploradores é enviado para um planeta coberto por um ecossistema inteiramente vegetal, que, como revelado ao longo da narrativa, possui certo grau de consciência. Tendo em vista o potencial da tradução como atividade crítica, assim como seu papel ativo no polissistema literário (Even-Zohar, 1979) e a manipulação do texto original por parte do tradutor (Lefevere, 2007), o presente trabalho propõe uma nova tradução da noveleta a partir da elaboração de um projeto tradutório (Nord, 2016). O primeiro passo desse processo foi uma pesquisa biográfica e bibliográfica da autora e de seu vasto corpus. Além disso, foi feita uma análise da obra a partir do conceito de alteridade, como definido por Bakhtin (2010) e Todorov (1997), tanto na relação do “eu” com o “outro” quanto do “homem” com a “natureza”. Em seguida, foi feita a tradução comentada de “Vaster Than Empires and More Slow” com a discussão dos desafios identificados ao longo do processo. O exercício acadêmico de tradução possibilitou uma análise mais aprofundada desse processo, assim como do estilo de Le Guin e dos desafios relacionados à retradução de textos literários a partir de uma interpretação focada na alteridade. |
---|