Ciborgues são elas, aliens são os outros : genre e gender em Ursula Le Guin

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Erica Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1245
Resumo: A historiografia do gênero literário ficção científica evidencia-nos, contemporaneamente, um dividendo de escritoras mulheres e um hiato silencioso de vozes femininas na produção de literatura científica em séculos anteriores. Nesse sentido, a centralidade dessa pesquisa é de se analisar e comparar o processo de estranhamento entre as facetas genre e gender no romance A mão esquerda da escuridão de Ursula K. Le Guin (1969) a partir do mito ciborguiano estudado por Donna Haraway (1985). Neste seguimento, insere-se nesta pesquisa os estudos feministas e de gênero, as teorias da contrassexualidade e queer. Considerando o encontro com a diferença e com os constructos paradoxais de ciborgue e seu apogeu na cultura pop ocidental do século XX, inclui-se nessa prerrogativa a figuração andrógina do cantor britânico David Bowie (1947 - 2016), considerado pela cultura pop como um “homem das estrelas”. Assim, pela análise do romance de Ursula Le Guin propõe-se conexões representativas entre gênero (genre) ficção científica e gênero (gender) enquanto construção binária, histórica e sociocultural. A narrativa em questão oferece uma proposta de transcendência narrativa do sci-fi que se constrói entre discursos utópicos e distópicos. Assim, deseja-se abordar diálogos entre a (re)organização e (re)construção das personagens, uma vez que, destituídas da construção natural de feminino e masculino, subvertem os parâmetros imperativos vigentes. Busca-se ainda reaver questões da autoria feminina em gêneros ficcionais e como a transgressão de mulheres escritoras influenciam em um campo de escrita considerado a muito um campo de produção de autores homens. Nesse âmbito, a apreciação da obra que compõe essa dissertação denotou a existência de relações paralelas que abordam temáticas antropológicas, sócio-políticas, feministas e culturais em seus recortes historiográficos e a (re)existência das mulheres na ficção científica. Para realizar tais correlações, foram utilizados os estudos propostos pelas vertentes sistemáticas e metodológicas da Literatura Comparada a que designam este estudo como de natureza comparativista.