Regionalismo, tradução e alteridade: aspectos críticos da tradução de Graciliano Ramos e Jorge Amado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Müller, Natália Galdino lattes
Orientador(a): Pereira, Terezinha Maria Scher lattes
Banca de defesa: Oliveira, Maria Clara Castellões de lattes, Leitão, Cláudio lattes, Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da Cunha lattes, Redmond, William Valentine lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/922
Resumo: Este trabalho tem como objetivo avaliar o modo como as traduções para a língua inglesa dos romances Vidas Secas [2002(1938)]. e Gabriela, Cravo e Canela [2012(1958)], escritos por Graciliano Ramos e Jorge Amado, lidaram com os elementos regionalistas de obras que têm como temas elementos da cultura popular. Para tal, faremos uma breve consideração acerca do regionalismo brasileiro, tendo em conta a problematização dos temas sociais regionais discutidos por Mario Benedetti (1972), assim como a visão de super-realismo proposta por Antonio Candido (2003). Faremos, também, uma avaliação do volume de obras traduzidas de Graciliano Ramos e de Jorge Amado, tratando com mais atenção os casos de Vidas Secas e Gabriela, Cravo e Canela e os fatores históricos que levaram a um significativo aumento da tradução de obras latino-americanas, de cunho regionalista, a partir da década de 1960. Nesse momento, discutiremos a importância desses autores e de suas obras e os motivos que conduziram a essas traduções. Tentaremos, em seguida, demonstrar como a tradução é uma ferramenta de aproximação entre culturas, servindo tanto para motivar ideologias políticas diversas, quanto para reafirmar sistemas sócio-políticos pré-existentes. Com esse intuito nos fundamentaremos nas posturas tradutórias descritas por Lawrence Venuti (2008[1995]), correlacionando os conceitos de “domesticação” e “estrangeirização” com o conceito freudiano de “unheimlich” (1919). Por fim, compararemos trechos selecionados das obras em português, de acordo com os domínios nos quais é possível encontrar dificuldades na tradução de um mundo cultural a outro, apresentados por Eugene Nida (1945) e retomados por Georges Mounin (1975[1963]) Procuraremos avaliar as decisões tomadas pelos tradutores a partir das tendências deformadoras da tradução da letra, no que tange textos em prosa, descritas por Antoine Berman (2007[1985]). Além disso, avaliaremos o tratamento fornecido aos títulos dos livros e de seus respectivos capítulos. Não deixaremos de propor soluções para os trechos avaliados, pautando-nos pela tradução da letra, por considerarmos, como o fez Berman, ser ela a única capaz de revelar as diferenças linguísticas e culturais que especificam a literatura, permitindo assim, a troca entre culturas.