"Faz parte da família": contradições do trabalho doméstico remunerado, uma narrativa a partir da memória de quartinhos de empregada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bezerra, Tatiane de Menezes lattes
Orientador(a): Menegat, Elizete Maria lattes
Banca de defesa: Almeida, Magali da Silva lattes, Duarte, Marco José de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Serviço Social
Departamento: Faculdade de Serviço Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15279
Resumo: A presente dissertação tem como objeto de estudo as relações entre trabalho doméstico remunerado, mulheres negras e racismo. O objetivo central é refletir criticamente em torno da trajetória histórica dessa profissão, majoritariamente constituída por mulheres negras, cujo acesso aos direitos trabalhistas ocorreu muito tardiamente. Desde os primórdios da colonização, coube à mulher negra escravizada um lugar socialmente desvalorizado nas tarefas de reprodução da vida, determinado pela divisão sexista e racista do trabalho imposta pelo padrão ocidental de poder que aqui veio se estabelecer. No desenvolvimento teórico dos capítulos 1, 2 e 3, utilizei pesquisa bibliográfica, documental e dados oficiais de órgãos do Governo Federal. No desenvolvimento do último capítulo, combinei o método da Escrevivência, de Conceição Evaristo, e o método da autoetnografia, empregado por Sílvio Matheus em sua tese, para reproduzir relatos de experiência meus e contradições vividas pelas empregadas domésticas com quem mantive elos estreitos desde a minha infância. No desenvolvimento prático, foi utilizado o método da Escrevivência, a partir da obra de Conceição Evaristo combinado com a autoetnografia, colhendo relatos de minha própria vivência e das empregadas domésticas que fizeram parte da minha vida. Os dados são analisados a partir das pesquisas de Lélia Gonzaléz, Abdias Nascimento, Clóvis Moura, Silvio de Almeida, Neusa Santos Souza e outros autores que denunciam o racismo estrutural brasileiro e seus efeitos institucionais e no cotidiano. Desse modo, deseja-se contribuir com a produção de políticas públicas antirracistas.