Opacidade em fundos de investimento multimercado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Januzzi, Flávia Vital lattes
Orientador(a): Bressan, Aureliano Angel lattes
Banca de defesa: Coaguila, Robert Aldo Iquiapaza lattes, Santos, André Alves Portela lattes, Varga, Gyorgy lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Programa de Pós-Graduação: -
Departamento: -
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6162
Resumo: Um fundo de investimento (FI) é considerado opaco se as informações sobre a volatilidade dos seus retornos são incompreensíveis e inacessíveis para a grande parte dos atuais e potenciais cotistas, conforme Sato (2014). Tal fenômeno se agrava quando o gestor utiliza ativos complexos para estruturar a carteira do fundo. São considerados complexos, segundo Brunnermeier, Oehmke e Jel (2009), aqueles que apresentam estruturas de fluxo de caixa que não podem ser facilmente compreendidas e projetadas pelo investidor, tais como os derivativos, por exemplo. Com base nessa perspectiva, este estudo avaliou se um aumento na opacidade dos fundos multimercados, ocasionado pelo maior posicionamento do seu patrimônio líquido em derivativos, esteve associado a uma variação no nível de risco, no retorno ajustado ao risco e no fluxo de recursos dos fundos multimercado brasileiros, sob três perspectivas, considerando: a) a amostra total (capítulo 4); b) apenas o segmento de FI’s que cobra taxa de performance, o que viabilizou a análise de uma possível ocorrência de conflitos de agência entre gestores e cotistas (capítulo 5), e c) o grupo de fundos alavancados e não alavancados (capítulo 6). No capítulo 4, foi constatada uma associação positiva entre a posição em derivativos e variações no risco e uma relação negativa entre derivativos e desempenho (em termos mensais e anuais). No geral, evidenciou-se que derivativos estiveram relacionados à captação de forma negativa apenas no que se refere ao segmento de investidores qualificados. No entanto, verificou-se que fundos categorizados como do tipo “Estratégia” pela ANBIMA1 (todos admitem alavancagem) atraíram mais recursos financeiros quando direcionados a investidores não qualificados. No que se refere ao capítulo 5, não foi identificado, de forma geral, problemas de agência entre gestores e investidores, no entanto, conflitos de interesses foram observados dentro do segmento de fundos alavancados destinados a cotistas não qualificados. Por fim, no capítulo 6, obtiveram-se resultados condizentes com a teoria de torneio proposta por Brown, Harlow e Starks (1996). Ao incorporar o uso de derivativos, verificou-se que FI’s alavancados perdedores (ou seja aqueles que se situaram nos menores percentis de rentabilidade em pelo menos um semestre), ampliam seu investimento nesses ativos opacos, o que elevou tanto o risco total quanto a exposição do FI a oscilações econômicas (risco sistemático) e a retornos negativos (risco downside). Cabe ressaltar, contudo, que uma contrapartida de maior retorno ajustado não foi necessariamente oferecida pelo gestor ao cotista desse fundo perdedor.