Identidade, sexualidade e gênero: uma análise de narrativas de mulheres lésbicas mães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Maria Clara Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Educação - FE (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Psicologia (FE)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/10650
Resumo: Os discursos hegemônicos patriarcal e heternormativo preconizam uma única forma aceitável socialmente de ser mulher. A lógica binária heteronormativa baseia-se na linearidade entre as práticas sexuais, desejo, sexo biológico, gênero e sexualidade o que restringe a vivência sexual de homens e mulheres a um modelo heterossexual. Desse modo, as vivências sexuais de mulheres lésbicas mães são vistas como inadequadas, o que pode resultar em “uma posição situacional inerentemente conflitiva” e assim gerar sofrimento psíquico. Este estudo tem como objetivo investigar a construção da identidade de mulheres lésbicas mães em um contexto heteronormativo. Trata-se de pesquisa qualitativa cuja geração de dados foi realizado por meio de entrevistas narrativas, no modelo de histórias de vida, de modo a viabilizar o acesso à experiência da maternidade e da sexualidade vivenciada por cinco mulheres que tiveram filhos biológicos em relacionamentos heterossexuais e posteriormente se (auto)declararam lésbicas. Os dados foram analisados de acordo com os pressupostos dos estudos feministas, utilizando da Análise Crítica do Discurso [ACD] para a compreensão dos discursos hegemônicos e de resistência, e dos estudos em Psicologia Social Crítica sobre identidade. Identificamos nas narrativas as intituições casamento, religião e família como reprodutoras dos discursos hegemônicos patriarcais e heteronormativos. A lesbianidade não foi colocada como possibilidade, já o casamento e a maternidade foram previstos às nossas narradoras. Ao incorporarem uma nova personagem, o ser lésbica, o ato de assumir a lesbianidade representou uma ação política e de resistência. As formas de resistência citadas pelas participantes foram o ativismo, práticas esportivas, a dança, a música, o apoio da companheira e o suporte psicológico. Dessa maneira, nossa pesquisa oportunizou um lugar de escuta e diálogo sobre como as mulheres lésbicas mães (re)significam suas histórias diante do fato de a lesbianidade ainda ocupar um espaço de invisibilidade e silêncio na sociedade contemporânea.