O duplo na maternidade lésbica: cartografia e decolonialidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rastrelli, Amanda Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22432
Resumo: A Constituição Federal de 1988 é um importante marco na transformação da família no Brasil, afirmando a igualdade entre homens e mulheres, reconhecendo a prole com os mesmos direitos, independentemente da sua origem e não exigindo o casamento como necessário para a constituição de família. Desde os anos 1990, em diferentes países, houve uma busca pelo reconhecimento do casal de mesmo gênero, fenômeno muito marcado pela aids, que levou à morte muitos homens gays, provocando desamparo emocional e financeiro em seus parceiros. No início dos anos 2000, a adoção tornou-se uma realidade jurídica para casais de homens e casais de mulheres, iniciando novos tempos. Em 2011, novo marco jurídico importante: o STF reconheceu a união estável entre pessoas de mesmo sexo como entidade familiar. Essas mudanças certamente permitiram que a maternidade lésbica fosse tematizada e saísse da invisibilidade. O objetivo desta tese foi discutir a dupla maternidade lésbica. Na perspectiva da cartografia feminista e a partir das questões que o feminismo decolonial provoca, foram realizadas entrevistas com 7 mulheres brancas de camadas médias que reconhecem suas maternidades como lésbicas, estando ou não, no momento, vivendo uma conjugalidade. Pensando nos efeitos dessa duplicidade de corpos anatomicamente reconhecidos como femininos e nas especificidades desta formação familiar, colocamos em pauta a gravidez, o puerpério e a amamentação. A experiência materna da mãe que não gestou, a ROPA, a possibilidade da dupla amamentação e do duplo puerpério contribuem fortemente para a discussão a respeito do que constitui a maternidade, redefinindo o lugar da biologia e sublinhando a convivência e o cuidado como marcas fundamentais deste exercício.