Manutenção do deitsch e deutsch em contato com o português em Mondaí/SC e Saudades/SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Kaufmann, Angélica
Orientador(a): Horst, Cristiane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3316
Resumo: Com a presente dissertação apresentamos uma pesquisa desenvolvida no Programa de Mestrado em Estudos Linguísticos, em que objetivamos estudar o uso dos termos de parentesco por falantes das variedades alemãs Deitsch e Deutsch, em contexto de contato português-alemão na região oeste de Santa Catarina, envolvendo os municípios de Saudades e Mondaí. A escolha dos pontos ocorreu por meio do predomínio do uso das variedades em questão em municípios que foram colonizados por alemães e seus descendentes (HORST; KRUG; FORNARA, 2017). Pretendemos observar a relação dessas variedades com a língua portuguesa, a partir de variáveis sociais, como nível de escolaridade, faixa etária e gênero. Esses fatores serão relevantes no momento de analisar até que ponto essas variedades são mantidas, a partir da influência da língua majoritária do país, o português, e identificar se existem diferenças entre um fator e outro. Os termos que integram a pesquisa são os de parentesco do tipo sanguíneo, ou seja, de acordo com Geckeler (1973 apud HORST, 2011), são aqueles que constituem laços de sangue, como pai, mãe, filho, filha, irmão, irmã, tio, tia, avôs, bisavôs, sobrinhos, entre outros, totalizando vinte termos. Essas informações foram coletadas através de entrevistas gravadas com a finalidade de desenvolver esta dissertação e, com isso, fazem parte do banco de dados do projeto de pesquisa ao qual esse estudo está vinculado, intitulado Atlas das Línguas em Contato na Fronteira (ALCF). Nesse sentido, a pesquisa também ampliou esse acervo de dados em construção. Foi realizado um estudo sincrônico, ou seja, neste momento, foram analisados apenas dados coletados em 2019. Possivelmente, em trabalhos futuros, será possível realizar um estudo diacrônico a partir destes resultados. O projeto de pesquisa toma como base pesquisas já realizadas sobre contato linguístico, como a de Altenhofen e Oliveira (2011) e Horst e Krug (2012, 2016), Altenhofen (2011). O fundamento teórico concentra-se nas teorias de bilinguismo/plurilinguismo: visto em Mackey (1972), Coseriu (1982), Romaine (1995); línguas em contato: visto em Altenhofen, Raso, Mello (2011), Margotti (2011); dialetologia pluridimensional de Thun (1996, 1998, 2005, 2010). Para este trabalho, são consideradas quatro dimensões de análise dos dados, abordadas pela dialetologia pluridimensional, sendo elas: a diatópica (diferentes localidades), a diageracional (GI – entre 18 e 36 anos e GII – com 55 anos ou mais), a diassexual (homem e mulher) e a diastrática (nível de estudo dos informantes: Ca - com ensino superior e Cb - com, no máximo, Ensino Médio). Nas análises, os dados estão organizados e relacionados a partir dessas dimensões, o que nos permite observar se existem diferenças. Os resultados nos mostraram que não houve nenhuma disparidade na manutenção e substituição de termos de parentesco. E, a partir da relacionalidade dos dados, foi possível identificar que a maior manutenção em alemão está nos homens (dimensão diassexual), na classe alta (dimensão diastrática), na geração II (dimensão diageracional) e na localidade de Saudades (dimensão diatópica). De forma geral, vemos que as variantes em alemão são mais mantidas do que substituídas. Assim, temos um resultado de 72% de manutenção do alemão por falantes teutobrasileiros bilíngues e 28% de substituição, somando os dados de todos os informantes em um contexto de contato alemão-português com base em questões metalinguísticas e lexicais referentes aos termos de parentesco de contato sanguíneo.