Entre Realismo e Fantástico: A dualidade estética e temática em Guy de Maupassant

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Martins, Fabiane Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/30461
Resumo: Esta pesquisa propõe a análise da presença de elementos realistas e fantásticos na produção do escritor francês Guy de Maupassant a partir de três narrativas curtas escolhidas, sendo elas O Horla, Luísa la Roque e A cabeleira. Em sua obra, desenvolvida durante a segunda metade do século XIX, o autor nos convida a desvendar diferentes modos de interpretação do real, em um embate epistemológico característico da literatura fantástica. Esta última, dividida entre crenças populares, religião e ciência, é responsável por questionar certezas em torno dos mistérios do universo, ganhando um espaço central na obra deste autor. Nesse sentido, é preciso notar que o grande progresso ocorrido na França do século XIX, ligado ao florescimento de novas ciências, assim como de determinados ramos da medicina, influenciaram a escrita fantástica de Maupassant, criando condições ideais para que o escritor renovasse o gênero. Representando um momento de transição para a literatura do século XX, Maupassant uniu o gênero fantástico ao estudo de patologias mentais. O indivíduo é a peça central em suas histórias, que o autor decifra aos poucos, em meio a alucinações de uma mente fragilizada por seres que se escondem ora nos cantos escuros de uma casa vazia, ora nas profundezas de uma mente que prega peças. Além disso, a influência de Maupassant para a literatura do século XX se revela no que David Roas chama de pseudo-fantásticos (ROAS, 2011, p. 45), diferentes expressões literárias que incorporam em sua base uma preocupação com o cientificismo visto durante o século anterior e a manutenção de uma estrutura fantástica.