Fronteira Brasil-Colômbia-Peru: ambiente ecolinguístico, línguas e representação em região de contato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carvalho, Ana Letícia Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31553
Resumo: Nesta pesquisa tratamos do contato entre o português e o espanhol nas interações linguísticas manifestadas no comércio da tríplice fronteira Brasil-Colômbia-Peru. Esta região de fronteira encontra-se representada pelas cidades de Tabatinga-BR, Letícia-CO e Ilha de Santa Rosa-PE. Aos delimitarmos tais localidades para o escopo desse estudo, consideramos que o comércio fronteiriço é o ambiente que propicia um constante contato entre os sujeitos e as línguas, sendo assim um espaço propício para investigar o funcionamento das línguas em contato. Definidas as localidades e o ambiente da pesquisa, decidimos analisar o contato das línguas através das interações linguísticas dos fronteiriços, manifestadas no comércio da tríplice fronteira. Para nortear o estudo, foram utilizados princípios teórico-metodológicos da Sociolinguística em contexto de Contato de Línguas, considerando alguns conceitos da Ecolinguística. Por se tratar de um estudo interdisciplinar, dialogamos com os Estudos Culturais, Sociológicos e da Psicologia Social, partindo do pressuposto de que língua e identidade estão intimamente relacionadas. Como resultados desse estudo, caracterizamos as identidades fronteiriças local, que se consolidam através das imagens socialmente elaboradas sobre o vizinho; os meios de comunicação que se apresentam no formato bidialetal, são ferramentas que possibilitam a convivência das línguas que estão em constante contato nessas localidades; os fronteiriços são bilíngues em algum nível e pode existir um “bilinguismo fronteiriço”; as línguas possuem status de língua nacional; as atitudes sobre elas são positivas; o português parece estar atuando como uma língua que possui maior “status comercial”. Da perspectiva ecossistêmica, identificamos a situação e os fatores que influenciam nos contatos dos fronteiriços e propomos um ecossistema linguístico “transfronteiriço”, ao mesmo tempo que não consideramos um “portunhol” nessa fronteira; cada povo fala sua própria língua; os efeitos do contato (alternância e empréstimos) se manifestam no sentido da venda. Assim, a situação de contato linguístico nesta fronteira, se estrutura mais pela questão da interação linguística, o que independe de estes terem ou não domínio dos códigos linguísticos, além de exercer influência recíproca nas relações mantidas entre a população fronteiriça.