A esperança que resiste ao caos: a sobrevivência do enclave utópico na distopia Maddaddão de Margaret Atwood

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Ânderson Martins
Orientador(a): Schmidt, Rita Terezinha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/238394
Resumo: A atualidade é atravessada por debates atrelados a cenários apocalípticos e a maioria deles se projeta a partir das deficiências do sistema econômico atual, sendo sua insustentabilidade um dos maiores temores concernentes ao futuro. Nesse entorno, o pensamento acerca dos rumos da sociedade se perpetua e possibilidades distópicas se estabelecem. Esse contexto permeia a distopia contemporânea como subgênero narrativo, a qual retrata uma sociedade em ruínas causadas, precisamente, pela lógica do capitalismo tardio. Contudo, tanto a contemporaneidade quanto as manifestações literárias distópicas atuais não possuem uma visão fatalista sobre o futuro, mas, ao contrário, permitem a esperança de superação da realidade distópica, a qual reside no evitamento desse futuro ou na dissolução do sistema, uma vez implementado. Nesse ínterim, a trilogia MaddAddão se torna interessante por discutir as relações entre utopia e distopia, uma vez que apresenta espaços utópicos e distópicos bem delimitados. Assim, o objetivo desse trabalho é ler a trilogia, composta por Oryx e Crake (2003), O ano do dilúvio (2009) e MaddAddão (2013), com o enfoque na relação entre esses dois espaços. Esse trabalho distingue-se dos anteriores, primeiramente por buscar delimitar os espaços utópicos e distópicos nas obras, cotejando-os respectivamente ao pós-humanismo e ao pós-humanismo crítico. Assim, busca-se nos primeiros capítulos analisar o primeiro momento temporal da narrativa e perceber a interação entre os espaços ocupados pela utopia e pela distopia na sociedade capitalista criada por Atwood. Ainda, entende-se que o segundo momento temporal da narrativa, após a queda do capitalismo, é um momento de ascendente imbricamento entre os valores utópicos e distópicos, os quais se fundem em um espaço que não pode ser relacionado a qualquer um dos conceitos de maneira estanque. Nesse sentido, essa tese busca perceber as tendências das esperanças e temores nas obras, bem como as necessidades de síntese em prol da sobrevivência e como ela se relaciona às problemáticas da sociedade contemporânea.