Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Albuquerque, Carolina Tovar |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/12605
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Resumo: |
Esta dissertação tematiza livros didáticos (LD) de espanhol produzidos no Brasil na década de 1940 para uso no contexto da educação escolar. A pesquisa visa a analisar a concepção de língua e a concepção do ensino de escrita presente nos livros didáticos de Língua Espanhola ao longo do período estabelecido, bem como compreender o contexto de produção das obras analisadas, traçando a relação das obras com a perspectiva de ensino, com a legislação e com as questões político-sociais da época. Para tanto, enfocamos nas atividades de produção escrita e nos textos preliminares – capas, prefácios, dedicatórias, notas do autor, índices – que compõem as obras. Considerando que o olhar para o LD deve estar sempre preocupado em dialogar e em discutir o contexto político-pedagógico da época de sua produção e circulação, tomamos como fontes três decisões governamentais daquele momento histórico: a Lei Orgânica do Ensino Secundário (BRASIL, 1942), o Programa de ensino de espanhol (BRASIL, 1943) e as Instruções metodológicas para a execução do programa de espanhol (BRASIL, 1945). Como suporte teórico, lança-se mão da concepção dialógica de linguagem do Círculo de Bakhtin, em especial o conceito de gênero discursivo (BAKHTIN, 2003; VOLÓCHINOV, 2017), das contribuições de pesquisadores que vêm abordando o ensino da escrita em suas reflexões (GERALDI, 2006; BUNZEN, 2006; FREITAS; VARGENS, 2010; 2016; ELIAS e KOCH, 2011) e autores do campo dos estudos sobre o livro didático (BATISTA, 2009; CHOPPIN, 2004; OSSENBACH, 2010). Os resultados encontrados a partir das análises da materialidade discursiva indicam que a língua se resume à expressão do pensamento humano e se constitui como um conjunto de regras normativas, consciente, sem espaço para implicitudes, algo fixo e homogêneo. Dos oito LDs analisados, sete deles não apresentam propostas de produção escrita (“redação” ou “composição”). Neles, identificamos que o estudo da gramática é o pilar para expressarmos nossos pensamentos. Nesse contexto, escrever é dominar sistematicamente esse conjunto de regras e, uma vez exposto a textos detentores de “boa linguagem” (textos eruditos, literatura consagrada, gramática e dicionários), o aluno se tornaria imediatamente capaz de dominar o código e os elementos textuais e discursivos necessários para a produção de um texto escrito. No que se refere ao único livro que propõe atividades de escrita, observamos que elas se resumem a uma exploração temática que gira em torno de valores tradicionais cristãos e nacionalistas, sem uma preocupação sociointerativa explícita. Nesse contexto, produzir um texto é escrever sobre algum tema, sem objetivo específico. Portanto, suas propostas de produção de textos parecem não servir a objetivos linguístico-educacionais precisos, tendendo a servir de mecanismo para a formação da personalidade adolescente e da elevação da consciência patriótica, tal como é preconizado nos documentos oficiais sobre o ensino de espanhol |