Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Verônica Afonso de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/9182
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Resumo: |
O Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) causa ampla variedade de doenças que variam de infecções de pele e partes moles a infecções sistêmicas potencialmente letais. O aumento nas taxas de infecções invasivas e não invasivas por CA-MRSA (MRSA associado à comunidade) em crianças é preocupante. Evidências demonstram que colonização nasal pode funcionar como um reservatório do patógeno na comunidade e indivíduos colonizados por S. aureus têm maiores chances de desenvolverem infecção. A prevalência de condições crônicas em Pediatria vem crescendo nas últimas décadas. Estes pacientes têm frequente contato com instituições de saúde, aumentando sua exposição a patógenos como MRSA. O objetivo deste estudo é descrever a prevalência de colonização nasal por S. aureus e MRSA em crianças e adolescentes com alto percentual de condições crônicas, atendidos ambulatorialmente, e identificar os possíveis fatores associados com colonização nasal. Neste estudo de corte transversal, 500 pacientes entre zero e 16 anos de idade, selecionados por amostragem de conveniência, foram recrutados no ambulatório de Pediatria de um hospital público situado em Niterói, Rio de Janeiro, entre 2011 e 2013. Foram coletados suabes nasais dos pacientes. Os responsáveis legais foram entrevistados a respeito das características demográficas do domicílio e dos dados clínicos. Utilizaram-se métodos moleculares para caracterizar as amostras resistentes à meticilina. As amostras de MRSA foram caracterizadas quanto ao SCCmec, quanto à detecção de genes lukS-PV e lukF-PV, e tipadas por spa typing e multilocus sequence typing (MLST). As taxas de colonização nasal por S. aureus e MRSA foram de 57,8% (289/500) e 9,4% (47/500), respectivamente. Na análise multivariada por regressão logística, os fatores associados à colonização nasal por S. aureus foram idade entre 5-8,99 anos [p<0,001, odds ratio ajustado - ORA: 3,01 (IC 95%: 1,68-5,41)] e 9-16,99 anos [p=0,010, ORA: 2,09 (IC 95%: 1,18-3,68)], atividade em piscina [p=0,008, ORA: 1,81 (IC 95%: 1,16-2,81)], aplicação de injeção nos últimos 30 dias [p=0,044, ORA: 1,57 (IC 95%: 1,01- 2,45)] e presença de lesões de pele [p=0,014, ORA: 4,72 (IC 95%: 1,36-16,32)]. Os fatores associados à colonização nasal por MRSA na análise multivariada por regressão logística foram mães que tinham concluído ensino médio [p=0,014, ORA: 0,34 (IC 95%: 0,15-0,81)], uso de antibióticos beta-lactâmicos nos últimos 30 dias [p=0,031, ORA: 2,10 (IC 95%: 1,07- 4,14)] e doença aguda no momento do estudo [p=0,016, ORA: 2,19 (IC 95%: 1,16- 4,14)]. Não houve associação entre a colonização por MRSA e doença crônica (p=0,141). Das amostras de MRSA, 45 (97,8%) carreavam SCCmec do tipo IV, classicamente associado ao CA-MRSA. Os tipos clonais mais frequentemente identificados pelo spa typing e MLST foram t002/ST5, presente em 18 de 46 (39,1%) amostras e t318/ST30, presente em nove de 46 (19,6%) amostras. Em nove de 46 amostras (19,6%) foi detectada a presença dos genes para produção da leucocidina de Panton-Valentine. A ausência de associação entre colonização nasal por MRSA e doença crônica na população estudada sugere que estas crianças foram colonizadas na comunidade e não no ambiente hospitalar |