Dinâmica de colonização nasal por Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade em crianças, adolescentes e adultos jovens infectados pelo HIV

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Vieira, Maria Teresa Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/7963
Resumo: O Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade (CA-MRSA) disseminou-se rapidamente em ambientes comunitários e hospitalares, tornando-se um desafio à saúde pública. Pacientes infectados pelo HIV apresentam taxas de prevalência de colonização nasal superiores à dos pacientes não infectados pelo vírus. A infecção pelo HIV parece associar-se fortemente ao padrão de colonização persistente pelo MRSA. Existem vários relatos que demonstram que indivíduos colonizados por MRSA têm maior chance de desenvolver infecção. Os objetivos deste estudo foram descrever, em crianças, adolescentes e adultos jovens infectados pelo HIV, a frequência e os fatores associados à colonização nasal por MRSA; caracterizar genotipicamente as cepas de MRSA; e determinar os padrões de colonização (persistente ou intermitente) considerando os dados epidemiológicos e genotípicos. Trata-se de um estudo observacional e longitudinal, realizado nos ambulatórios de aids do Hospital Universitário Antônio Pedro e do Hospital Federal dos Servidores do Estado, RJ, no período de fevereiro de 2012 a agosto de 2013. O estudo incluiu 117 pacientes infectados pelo HIV, na faixa etária de zero a 24 anos, selecionados por conveniência. Os dados clínicos e laboratoriais foram obtidos por meio de um questionário. Uma amostra de secreção nasal foi coletada a cada três meses (com variação de ±1,5 mês) durante um ano após a admissão no estudo, em um total de cinco amostras para cada paciente. A coleta foi realizada pela rotação suave de um suabe estéril em cada uma das narinas anteriores. Foram coletadas 530 amostras, 57 das quais foram positivas para MRSA. Nas amostras positivas para MRSA foi realizada, por reação em cadeia da polimerase (PCR), a pesquisa dos genes de resistência (mecA) e de patogenicidade (lukS-PV e lukF-PV). A tipagem do cassete cromossômico estafilocócico (SCCmec, Staphylococcus chromosomal cassette mec) foi feita por reação de PCR multiplex. A caracterização clonal foi feita por Multiloccus Sequence Typing (MLST) e Spa-typing. As frequências observadas de colonização nasal por S. aureus e MRSA foram de 83,8% (98/117) e 27,4% (32/117), respectivamente. A análise do padrão de colonização nasal por MRSA evidenciou que 40,6% (13/32) eram portadores persistentes e 59,4% (19/32) eram portadores intermitentes. Na análise bivariada, a aglomeração domiciliar, ou seja, a presença de cinco ou mais coabitantes no domicílio, associou-se à colonização por MRSA [OR=2,72 (IC95%=1,69-6,37)] e ao padrão de colonização persistente por MRSA [OR=3,73 (IC95%= 1,24-11,17)]. O grau de imunodeficiência pelo HIV não se associou nem à colonização por MRSA (p=0,513), nem ao padrão de colonização por MRSA (p=0,315). O MRSA foi evidenciado em 32 participantes do estudo, dos quais 29 (90,6%) apresentavam SCCmec IV, habitualmente associado ao CA-MRSA. Os tipos clonais mais frequentemente detectados por Spa-typing e MLST foram, tanto no grupo de portadores persistentes como no de intermitentes, o t002/ST5, presente em 19 de 57 (33,3%) amostras e o t318/ST30, presente em 18 de 57 (31,6%) amostras. Este estudo mostra a importância do número de coabitantes por domicílio como fator de risco associado tanto à colonização nasal em si quanto ao padrão persistente de colonização por MRSA, independentemente do grau de imunodeficiência pelo HIV