Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lima, João Manoel Lopes de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/34016
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Resumo: |
Staphylococcus aureus é um dos principais patógenos humanos e cerca de 30% da população encontra-se colonizada por este microrganismo nas narinas, sendo a colonização por cepas resistentes à meticilina (MRSA) um fator de risco para o desenvolvimento de infecções estafilocócicas. O presente estudo visou observar a ocorrência da colonização nasal por cepas de MRSA em indivíduos adultos (≥18 anos) atendidos em um Hospital Universitário do Rio de Janeiro de forma retrospectiva e identificar o isolamento posterior de S. aureus em outros materiais clínicos oriundos dos pacientes previamente colonizados. Foram avaliados laudos diagnósticos com cultura de vigilância para colonização nasal positiva para MRSA, entre 2017 e 2022, verificando o isolamento posterior (até 90 dias) do patógeno em amostras clínicas (hemocultura, secreções diversas e urina) de indivíduos adultos colonizados. Durante o período avaliado, foram processados 11701 swabs nasais no laboratório de microbiologia, sendo 631 deles positivos para MRSA (taxa de 5,4% de isolamento), com uma maior taxa de isolamento no ano de 2020 (9%). O setor de emergência foi o serviço que apresentou um aumento no isolamento de cepas de MRSA ao longo dos anos (p-valor <0,05). Ao considerarmos uma amostra MRSA por indivíduo (N=427), observamos que 8% (N=34) apresentaram isolamento posterior de S. aureus em amostras de hemocultura (44%), seguido de secreções respiratórias (26%) e de pele e partes moles (14%). De maneira geral, observamos que a maioria das amostras (24; 70,6%) foi recuperada a partir do ano de 2020. Todas as 34 amostras clínicas foram caracterizadas como MRSA, apresentando altas taxas de resistência a eritromicina (73,5%) e clindamicina (50%). Além disso, uma amostra foi resistente à tigeciclina e outra a ceftarolina, apesar de todas terem sido sensíveis à daptomicina, linezolida e vancomicina. Dos 34 indivíduos com isolamento posterior de cepas de MRSA, foi possível avaliar 32 prontuários. A maioria dos indivíduos pertencia ao sexo masculino (69%) e se autodeclaravam pardos (44%), tendo idade > 61 anos (53%). Indivíduos do sexo masculino apresentaram maior faixa etária (p-valor <0,05). A hipertensão arterial (81%) e diabetes mellitus (56%) foram as comorbidades prévias mais frequentes, seguida de neoplasias, doença renal crônica e insuficiência cardíaca congestiva (22%, cada). Observamos que a maioria dos pacientes (62,5%) tiveram alta por melhora clínica ou para acompanhamento ambulatorial. Entretanto, dentre os pacientes que foram a óbito na internação ou até o período de 90 dias posterior a mesma, observamos que a maioria tinha idade superior a 61 anos. Podemos concluir que o hospital de estudo apresenta uma alta taxa de indivíduos colonizados por cepas de MRSA e que a pandemia de SARS-CoV 2 pode ter contribuído para um aumento da colonização nasal, principalmente entre indivíduos atendidos no serviço de emergência. Além disso, apesar de apenas 8% dos indivíduos colonizados tenham apresentado isolamento de S. aureus em outros materiais clínicos, todas as amostras foram caracterizadas como MRSA, apresentando altas taxas de resistência à múltiplas drogas, o que confirma a importância da vigilância constante das taxas de colonização nasal por este patógeno. Por fim, sugerimos que a colonização nasal prévia por cepas de MRSA no hospital de estudo constitui um importante achado para o isolamento posterior do patógeno em outros sítios, reiterando a necessidade da vigilância epidemiológica já realizada pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. |