Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Fonseca, Suellen da Costa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/33561
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica, sistêmica e autoimune que cursa períodos de recidiva e remissão. As vesículas extracelulares (EVs, do inglês extracellular vesicles) são nanoestruturas presentes na maioria dos fluidos biológicos, inclusive no plasma, e são liberadas em condições fisiológicas, em fases precoces de lesão, estresse ou morte celular. As EVs estão envolvidas em processos de trombose, inflamação e angiogênese, podendo exacerbar a resposta inflamatória. Estudos prévios demonstram que pacientes com LES podem apresentar altas concentrações de EVs circulantes. Assim, a avaliação e compreensão das EVs totais plasmáticas (tEVs), das derivadas de leucócitos (leuEVs) e das plaquetas (pEVs) no LES, torna-se importante para a proposição das EVs como biomarcadores da atividade da doença. HIPÓTESE: As concentrações de EVs plasmáticas derivadas de leucócitos e plaquetas estão elevadas e associadas à atividade do LES, e são influenciadas pela terapia imunossupressora. OBJETIVO: Identificar e quantificar as vesículas extracelulares plasmáticas, totais e derivadas de leucócitos e plaquetas, obtidas de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico em atividade da doença. MATERIAL E MÉTODOS: Este é um estudo transversal realizado com pacientes diagnosticados com LES provenientes do ambulatório de reumatologia do HUAP recrutados no período de março a dezembro de 2022. Dez indivíduos saudáveis de mesma idade e sem LES foram incluídos no estudo para fins de comparação. A atividade do LES foi mensurada pelo critério SLEDAI-2K no ato do atendimento clínico. As tEVs, leuEVs e pEVs foram quantificadas no plasma por citometria de fluxo em nanoscale e classificadas de acordo com o tamanho (100-1000nm) e positividade para as moléculas anexina V (marcadores gerais de EVs), CD45 (marcador de leucócitos) ou CD41 (marcador de plaquetas). Dados clínicos, laboratoriais e demográficos foram obtidos a partir dos prontuários e confirmados pela equipe médica. RESULTADOS: Foram incluídos 43 pacientes, sendo a maioria do sexo feminino (n=40, 93%), não caucasiana (n=30, 70%), com mediana de idade de 42 [31-53] anos. Pacientes com atividade moderada/alta (SLEDAI-2K ≥5) apresentaram maior frequência de terapia com prednisona (p=0,01), menor contagem de linfócitos (p=0,006), além de concentrações reduzidas das frações C3 e C4 (p=0,01 e p=0,05, respectivamente) e aumentadas de anticorpos anti-dsDNA (p=0,002). Observamos que pacientes com LES apresentaram contagens de tEVs, pEVs e leuEVs maiores do que indivíduos sem LES (p=0,03; p=0,04 e p=0,03, respectivamente). Não identificamos associação entre a quantidade de EVs e a pontuação do SLEDAI-2K. Além disso, observamos uma associação inversa e significativa entre leuEVs e o tempo de diagnóstico (p=0,01 e r = -0,36); as leuEVs também foram associadas ao percentual de neutrófilos (p=0,04) e linfócitos (p=0,04). Por fim, pacientes que encontravam-se sob terapia imunossupressora apresentaram contagens de leuEVs mais elevadas (p=0,02). CONCLUSÃO: Pacientes com LES possuem maior contagem de EVs plasmáticas, as quais não estão diretamente correlacionadas com atividade da doença. Entretanto, o aumento das leuEVs observado em pacientes sob tratamento com imunossupressores parece estar associado também ao diagnóstico mais recente da doença. |