Avaliação do potencial imunomodulador e protetor de vesículas extracelulares produzidas por Aspergillus fumigatus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Freitas, Mateus Silveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-08022024-153115/
Resumo: Aspergillus fumigatus é o principal agente causador da aspergilose invasiva, doença que apresenta alta taxa de mortalidade, e acomete principalmente indivíduos imunocomprometidos. A. fumigatus apresenta distribuição mundial e grande produção de conídios, fazendo com que o trato respiratório humano seja continuamente exposto aos conídios fúngicos. Normalmente, a destruição de conídios e o controle da infecção, é realizado por células da imunidade inata. Essas são capazes de identificar o fungo e seus produtos respondendo de forma adequada. Nesse sentido, temos que as vesículas extracelulares (EVs) produzidas pelo fungo podem interagir com células do sistema imune modulando sua resposta. As EVs são estruturas esféricas formadas por uma bicamada lipídica que possuem várias ações descritas. Podem atuar na comunicação celular, no desenvolvimento da parede celular, na aquisição de resistência a antifúngicos e na modulação da resposta imune do hospedeiro. Importantes estudos têm descrito a interação de EVs fúngicas com células do sistema imune inato, demonstrando potencial imunomodulador dessas EVs. Dessa forma, nos propomos a verificar a capacidade imunomoduladora de EVs de A. fumigatus, principalmente sobre células da imunidade inata. Nesse estudo, estimulamos células da imunidade inata e células mononucleares do sangue periférico (PBMCs, do inglês peripheral blood mononuclear cell) com EVs de A. fumigatus e avaliamos a proteção conferida pelas EVs em modelo in vivo de Galleria mellonella. Adicionalmente, verificamos que macrófagos RAW 264.7 e AMJ2-C11 foram capazes de produzir TNF-α quando estimulados com EVs, mas não NO, IL-6, IL1-β e superóxido. Entretanto, macrófagos RAW 264.7 aumentaram a expressão de iNOS e Arginase-1, enquanto macrófagos AMJ2-C11 aumentaram somente Arginase-1. O estímulo com EVs produzidas por A. fumigatus foi capaz de induzir alteração conformacional em células RAW 264.7, mas não em AMJ2-C11, como verificado por microscopia de luz e pela maior transcrição de C11b e CD18. Ainda, em neutrófilos estimulados com as EVs de A. fumigatus, não houve a produção de NETs (do inglês neutrophil extracelular trap) e tão pouco de TNF-α ou IL-10, enquanto PMBCs foram capazes de produzir IL-6, mas não TNF-α e IL-10. Apesar da relativamente baixa resposta imune gerada, a administração de EVs em G. Mellonella foi capaz de proteger a larva frente ao desafio fúngico. Nossos resultados sugerem que EVs de A. fumigatus possuem limitada ação inflamatória em células da imunidade inata, porém exercem um papel na proteção em modelo experimental de infeção fúngica.