Estabelecimento de um modelo experimental murino de nefrite lúpica induzido por pristano e lipopolissacarídeo para o estudo de vesículas extracelulares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Martyres, Andreza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36782
Resumo: Introdução: A nefrite lúpica experimental é uma inflamação localizada nos rins decorrente do depósito de imunoglobulinas durante o lúpus eritematoso sistémico (LES). O modelo murino utilizando o Pristano, um óleo isoprenóide, permite a observação de alterações histopatológicas renais precoces, especialmente no compartimento glomerular. Embora bem documentado, este modelo apresenta a desvantagem de necessitar de um longo tempo para o desenvolvimento da nefrite. Neste sentido, a utilização do lipopolissacarídeo (LPS), uma molécula associada a patógenos, poderia acelerar o dano renal quando associado com o Pristano, diminuindo o tempo para o desenvolvimento da nefrite lúpica e favorecer o estudo das vesículas extracelulares (EVs). Objetivo: Estabelecer um modelo murino de nefrite lúpica precoce utilizando Pristano e LPS para o estudo de vesículas extracelulares (EVs). Material & Métodos: Camundongos BALB/c fêmeas na idade de 6 a 15 semanas foram submetidos a uma única injeção intraperitoneal de 0,5 mL de Pristano e/ou injeções intraperitoneais de 12ug de LPS. Os animais foram eutanasiados na 12ª semana (T12) e na 28° semana após o início do experimento (T28), nos quais foram coletados sangue, urina e tecido renal. Autoanticorpos foram quantificados no soro, na urina foram realizadas dosagens de creatinina e proteínas totais e no tecido renal investigamos a presença de IgG via imunofluorescência. O baço foi removido em T12 e T28, nos quais realizamos a análise das subpopulações de células B, T e mieloides, via citometria de fluxo. Para a análises histopatológicas realizamos as colorações de H&E, Tricrômico de Masson e PAS. Parte dos rins foi avaliado por citometria de fluxo em nanoscale e análise de rastreamento de nanopartículas para identificação de EVs. Resultados: Alterações macroscópicas como hepatomegalia, esplenomegalia, aderência e distensão abdominal compatível com ascite foram observadas, preferencialmente nos animais do grupo Pristano+LPS (T12) e Pristano (T28). A presença de autoanticorpos séricos foi somente detectada no grupo Pristano (T28), no entanto, o grupo Pristano+LPS em T12 já apresentou elevada relação proteína/creatinina (p=0,0001). De forma interessante, ambos os grupos (Pristano e Pristano+LPS) apresentaram depósitos de IgG em áreas sugestivas de glomérulos. A administração do LPS provocou uma desregulação com aumento nas células TCD4+, TCD8+, Tregs e B220+ CD69+ presentes no baço. Por último, os animais do grupo Pristano+LPS apresentaram número elevado de EVs totais e podocitárias derivadas do tecido renal. Conclusão: Nossos achados sugerem que o modelo experimental murino murino é viável para o isolamento e identificação de EVs, e apesar da adição de LPS ao protocolo de nefrite lúpica experimental induzida pelo Pristano causar uma nefrite, esta não foi mediada por imunocomplexos e, consequentemente, não levou ao aparecimento precoce da lesão renal.