Efeito da piperina sobre células B murinas e no modelo Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) induzido por pristane em camundongos BALB/c

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Bernardo, Aline Rodrigues
Orientador(a): Danelli, Maria das Graças Miranda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33331
Resumo: Os linfócitos B estão envolvidos na resposta imune humoral e têm capacidade de se diferenciar em células plasmáticas produtoras de anticorpos de alta especificidade contra patógenos e em células de memória. No entanto, fatores genéticos, ambientais e hormonais podem ser responsáveis pela desregulação do sistema imune, o qual se torna incapaz de impedir ou eliminar do organismo as células B autorreativas produtoras de autoanticorpos. O papel patogênico da célula B vem recebendo considerável atenção após estabelecimento de tratamentos das doenças autoimunes. A piperina, principal constituinte dos frutos da pimenta preta (Piper nigrun Linn.) e da pimenta longa (P. longum Linn.), possui diversos efeitos fisiológicos, inclusive sobre as funções imunes em células normais e transformadas, conferindo possibilidades no seu uso terapêutico. O objetivo geral de nosso estudo foi avaliar in vitro, a capacidade da piperina em modular a resposta de células B esplênicas purificadas de camundongos da linhagem BALB/c, e in vivo, o efeito da piperina sobre o modelo de autoimunidade, Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), como também seu efeito sobre as resposta a antígeno timo-dependente e timo-independente. O efeito citotóxico de diferentes concentrações de piperina foi avaliado pelo método de XTT e as concentrações de 15 μM, 3 μM e 1 μM de piperina foram selecionadas para os experimentos in vitro. Verificamos que a dose 15 μM de piperina foi capaz de inibir a proliferação das células B esplênicas purificadas, pelas via TLR4 e BCR, a secreção de IgM, pela via BCR e a expressão da molécula coestimulatória CD86, pelas vias TLR4 e BCR. A dose 3 μM de piperina, foi capaz de inibir apenas a expressão da molécula co-estimulatória CD86. Na avaliação da piperina sobre o modelo LES observamos que as doses de piperina (2,25mg/Kg e 4,5mg/Kg) não impediram o desenvolvimento de sinais característicos da doença como, formação de lipogranulomas, edema articular, deposição de imunocomplexo nos glomérulos renais e esplenomegalia. Apenas a dose 4,5mg/Kg de piperina reduziu a proteinúria dos animais no modelo LES. Na resposta a antígenos Timo-dependente e Timo-independente a piperina (2,25mg/Kg e 4,5mg/Kg) não afetou os níveis de IgG séricos aos 14° e 21° dias e os níveis séricos de IgM aos 7° e 14° dias, respectivamente. Com base nesses resultados, podemos concluir que a piperina modulou apenas as células B murinas in vitro, não tendo efeito sobre o desenvolvimento do LES.