Paradigmas de gênero, performatividades e subversão : uma discussão no contexto escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Lisis Fernandes Brito de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15871
Resumo: A produção sobre o tema — performatividades de gênero femininas no contexto escolar — é, até o momento, ainda lacunar. Poucos estudos que abordam a temática de forma direta podem ser encontrados. Desta forma, a pesquisa visa compreender, por meio de observações e relatos, as trajetórias educativo-profissionais e afetivo-sexuais de educandas, autodenominadas não heterossexuais, que sejam receptivas à pesquisa, as influências das construções socioculturais e políticas sobre gênero e as orientações sexuais na vivência da sexualidade, na sociabilidade e nos processos de formação educativo-profissional. O estudo foi realizado em uma escola pública do estado do Rio de Janeiro, no município de Niterói, que oferece o curso de formação docente — Normal Médio. Parte-se do entendimento de que as construções socioculturais e políticas sobre os gêneros e as orientações sexuais circunscrevem a vivência da sexualidade de forma plural, plena e móvel, favorecendo, dessa forma, apenas a lógica heteronormativa. A metodologia utilizada nesta pesquisa é de caráter qualitativo — estudo de caso etnográfico —, e teve como procedimentos metodológicos a realização de etnografia e entrevistas com educandas autodenominadas não heterossexuais de turmas do ensino Normal Médio da rede pública de ensino. O tratamento dos dados se deu por meio de observações das participantes e de sólido referencial teórico sobre as temáticas de interesse do estudo. Verificou-se, a partir das observações e relatos das seis educandas não heterossexuais entrevistadas, a importância, para a diminuição da intolerância sexual e afetiva, para o reconhecimento de si e do outro como sujeito afetivo, político e sexual e para o bom relacionamento entre os diferentes educandos, da discussão sobre as temáticas da sexualidade, fato que, segundo as entrevistadas, só ocorre de forma mais frequente na disciplina de sociologia. Acredita-se que os diálogos realizados nas aulas de sociologia e o processo de “ocupação” da escola pelas educandas favoreceram a consciência política e crítica sobre as questões de gênero e sobre as relações entre educandos não heterossexuais e outros sujeitos que constituem o espaço escolar. Diferentes performatividades de gênero ocorrem na escola sem muitas restrições das normas heterossexuais. A possibilidade de vivenciar outro desempenho afetivo e ou sexual que fuja ao padrão heteronormativo ocorre neste espaço escolar por conta das desconstruções sobre os gêneros promovidas pelas discussões realizadas nas aulas de sociologia e pela longa permanência diária entre as diferentes educandas, fato que favorece a construção de sentimentos, desejos e emoções até então apenas sentidos, mas não vivenciados. A atração por sujeitos do mesmo sexo e gênero, segundo as entrevistadas, já existia antes da experiência escolar, porém havia mais dificuldade em vivenciá-la por conta da intolerância mais acentuada em outros espaços de sociabilidade