Línguas, literatura e intercompreensão: estudo sobre as representações de professores.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: MORAIS FILHO, Emerson Patrício de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/14619
Resumo: Há muito tempo, discute-se a necessidade de reformas na estrutura pedagógica dos cursos de licenciatura em Letras Estrangeiras Modernas (LEM) de universidades brasileiras, pois parece haver um distanciamento entre os currículos desses cursos e as novas concepções científicas do século XXI. Partindo dessa constatação, em nossa pesquisa, ponderamos sobre a maneira como a separação dicotômica entre ensino linguístico e ensino literário – e a compartimentalização disciplinar dos currículos desses cursos – refletem nas representações de ensino dos professores. Dessa forma, nesta pesquisa, temos o objetivo geral de analisar as representações dos professores sobre as línguas/literaturas e em relação aos princípios metodológicos da IC, no ensino de LE. Por conseguinte, os objetivos específicos são: a) analisar as representações dos professores acerca do papel da LM e de outras LE nas atividades em sala de aula; b) investigar acerca da abertura dos docentes aos princípios metodológicos da Intercompreensão de Línguas Românicas; e, c) identificar o espaço atribuído ao texto literário, bem como a abordagem utilizada pelos docentes, no contexto de ensino de LE. Para isso, elaboramos um questionário na plataforma do google.docs (Formulários GOOGLE) e o enviamos por e-mail aos participantes. O corpus da nossa pesquisa é constituído por 167 questionários, coletados dos 26 estados da Federação e do Distrito Federal. Os participantes são professores de 8 línguas distintas (inglês, francês, espanhol, italiano, alemão, português, russo e Libras) de todo o Brasil, que atuam nos mais diversos contextos de ensino. Nossa pesquisa é quali-quantitativa exploratória, de levantamento por amostragem. Como referencial teórico, nos baseamos nas contribuições de Moscovici (2007), em relação aos princípios teóricos da teoria das representações sociais; e em Castellotti e Moore (2002), no que concerne à aplicação desses conceitos na área de ensino-aprendizagem de LE. Quanto ao trabalho com textos literários em aula de LE, nos baseamos nas contribuições de Séoud (1997), Albert e Souchon (2000), Pinheiro-Mariz (2007; 2008), entre outros. No que se refere aos fundamentos da abordagem da Intercompreensão no ensino de línguas, apoiamo-nos em trabalhos de Degache (2006; 1997), Capucho (2008; 2010; 2013), Silva (2013), Coste, Moore e Zarate (2009), Caddéo e Jamet (2013) e outros. Os resultados revelam que a IC ainda é relativamente pouco conhecida pela maioria dos professores. No entanto, apesar de alguns desses professores ainda apresentarem certa resistência, os princípios da IC são amplamente reconhecidos pela maioria deles. Em relação à abordagem do texto literário em aulas de LE, identificamos que há uma forte relação entre a formação dos professores e as suas práticas didáticas. Nesse sentido, notamos que a separação entre língua e literatura, existente no âmbito acadêmico, repercute em uma prática mais distanciada do texto literário por parte dos professores de LE. Portanto, a separação dicotômica entre língua e literatura e a compartimentalização disciplinar dos cursos de LEM têm um efeito negativo sobre as representações de ensino e sobre as práticas docentes.