A estética do êxtase: o conceito de beleza na literatura de João da Cruz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nascimento Neto, Artur Viana do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/78388
Resumo: Tanto a beleza quanto a experiência mística são temas que, desde os gregos, têm sido pensados nas ciências humanas de perspectiva ocidental. No entanto, é apenas a partir da modernidade que a beleza se torna objeto preferencial da estética e a mística passa a ser discutida em outros âmbitos fora do escopo estritamente religioso. Aproximar uma da outra pode não ser um movimento tão evidente, mas, diferente de uma primeira impressão, a contemplação do belo e a experiência mística são elementos que não só convergem como se reclamam mutuamente. Em nosso trabalho, propomos um diálogo entre ambos os conceitos, analisando-os à luz da obra literária do místico e poeta espanhol João da Cruz (1542-1591). Para o religioso, o progresso e a representação da experiência espiritual podem ser interpretados em chaves estéticas. Primeiramente, discutimos que, para além das possíveis interpretações que o belo pode assumir na obra sanjuanista, para o contemplativo, a beleza por excelência é a divindade em direção à qual ele se dirige numa ascendente caminhada amorosa. Em segundo lugar, analisamos como nosso autor tenta representar a experiência do belo divino na materialidade literária, primeiramente em seus poemas, que pretendem ser uma transcriação do encontro místico, e, em seguida, nos comentários, estes declarados a posteriori já sob a égide da razão. A experiência estética juancruciana está diretamente relacionada à mística amorosa por ele testemunhada. Ao longo da pesquisa, estabelecemos diálogo com a filosofia, com a teologia, com a ciência das religiões, saberes esses que lançam luzes para o tratamento interpretativo da literatura de João da Cruz que pretendemos levar a cabo.