O objeto a, o gozo e a mística de São João da Cruz: um percurso na psicanálise lacaniana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Zuma, Gustavo Gomes lattes
Orientador(a): Noé, Sidnei Vilmar lattes
Banca de defesa: Simanke, Richard Theinsen lattes, Lopes, Lucília de Almeida Elias lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11969
Resumo: O conceito de objeto a, no ensino de Jacques Lacan, ocupa um lugar central no campo do gozo. Das Ding, enquanto a Coisa inefável que reside na exterioridade íntima da subjetividade humana, é o prenúncio daquilo que virá a ser o objeto a e é considerado por alguns autores como o objeto perdido da espécie humana, enquanto o objeto a é o objeto perdido da história individual de cada um. Em suas últimas formulações sobre o gozo, Lacan introduz o campo do feminino, que é não-todo referido ao significante fálico. O gozo relativo aos místicos é apresentado no Seminário XX, ao situar os modos de gozo a partir da tábua das fórmulas da sexuação, e pode ser considerado como uma face do gozo feminino. A não proporcionalidade entre os sexos leva à asserção lacaniana de que a relação sexual não existe, por haver apenas a inscrição possível de um significante da diferença sexual no inconsciente – o falo. A inexistência da relação sexual acentua o caráter iminentemente sublimatório da atividade pulsional, sendo a sublimação, em Lacan, sinônimo de elevar o objeto à dignidade da coisa. O objeto a, em sua dimensão radical e real de falta, revela a anterioridade lógica do desejo, causa fundante do sujeito do inconsciente, e aponta o campo do feminino como destino último da experiência humana, mais afeita ao impossível em dizer – próprio ao campo do real – ensejando a busca pelo bem dizer. O místico, não se detendo diante deste impossível, faz do vazio o centro de sua experiência subjetiva, destituindo-se e unindo-se ao Absoluto.