Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Jacinto, Pablo Mateus dos Santos
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Orientador(a): |
Dazzani, Maria Virgínia Machado
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Banca de defesa: |
Publio, Carlos Alberto Maciel
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Diamantino, Dora Teixeira
,
Valério, Tatiana Alves de Melo
,
Pontes, Vivian Volkmer
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Dazzani, Maria Virgínia Machado
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI)
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Departamento: |
Instituto de Psicologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39012
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Resumo: |
Adoção tardia envolve a inserção de crianças maiores de dois anos ou adolescentes em famílias substitutas. Em 2019, havia 33.539 crianças e adolescentes institucionalizadas nessa faixa de idade, correspondendo a mais de 85% do total. Preconceitos referentes à adoção tardia são presentes na sociedade, associando-a ao fracasso decorrente da história pregressa de institucionalização e vulnerabilidade das crianças maiores e adolescentes disponíveis para adoção. No entanto, muitas adoções tardias ocorrem no Brasil, proporcionando proteção e desafios às crianças, adolescentes e famílias, envolvendo estabelecimento de vínculo, afeto e novas responsabilidades. Um dos desafios é a construção de uma identidade compartilhada pela família, orientando sua trajetória desenvolvimental. Neste estudo, considerou-se que o ato narrativo e seu conteúdo contribuem com a construção da identidade familiar e suas consequências no processo de adoção vivenciado pelas famílias adotantes. Diante disso, este estudo teve por objetivo compreender as dinâmicas estabelecidas entre parentalidade e filiação que emergem através do processo de adoção tardia, apreendendo as narrativas construídas coletivamente pelas famílias, de modo a elucidar o processo de construção da identidade adotiva de família a partir do fenômeno estudado. Para tanto, partiu-se da combinação das abordagens narrativistas em psicologia e da teoria bioecológica do desenvolvimento humano no contexto de famílias formadas por adoção tardia. Metodologicamente, foi adotada uma perspectiva qualitativa, exploratória e idiográfica, valorizando as especificidades dos casos analisados. Três famílias foram entrevistadas através de entrevista narrativa individual e entrevista coletiva com os membros de cada família mediada pela estratégia do photovoice. Foram analisados os conteúdos das narrativas produzidas através do processo de recontação, tendo as histórias de cada família sido reorganizadas pelo pesquisador de modo cronológico e temático. As interações dos photovoices também foram analisadas com base no modelo de declarações para grupos focais. Como resultados, constatou-se que a construção da parentalidade adotiva antecede a objetividade concretizada pelo sistema de justiça. As famílias elaboram narrativas coesas mesmo através de processos de negociação nem sempre concordantes entre os membros, mas que traçam um perfil de representação que o grupo possui de si. Essas narrativas se pautam em conjuntos de elementos dentro de três categorias: jurídica, afetiva e agentiva. Identificou-se que a família funciona de modo dual, ora operando como unidade/entidade, ora operando como contexto. Em ambos os casos, a identidade da família emerge como um processo em construção e base para novas experiências, não sendo apenas um produto das trajetórias desenvolvimentais das famílias. |