Caminhos de Èṣù para um candomblé contracolonial: gêneros, raças e sexualidades insurgentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Dias, Claudenilson da Silva lattes
Orientador(a): Aras, Lina Maria Brandão de lattes
Banca de defesa: Conceição, Joanice Santos lattes, Nascimento, Wanderson Flor do lattes, Souza Junior, Vilson Caetano lattes, Rea, Caterina Alessandra lattes, Brito, Iyalorixá Márcia Lima
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41174
Resumo: As religiões de matrizes africanas foram submetidas, desde a sua formação até os últimos tempos, às relações de colonização, por isso pretendo e analisar, à luz do projeto de decolonização do saber/poder/ser/gênero, dos feminismos negros e interseccionais, dos estudos queer e dos estudos transfeministas, como o projeto colonial incidiu em dois aspectos principais que se interconectam: a demonização do orixá Èsù, bem como na compreensão sobre as relações de gênero, raça e sexualidade nas Comunidades Tradicionais de Terreiros. Ao mesmo tempo, a tese também evidencia como Èsù resistiu aos processos de colonização e de como isso tem relação direta com as questões de gêneros, raças e sexualidades. Assim, a tese pretende analisar as narrativas em torno da figura do Orisa Èsù ao passo em que interpreta as dissidências sexuais e de gênero e as perspectivas raciais como ações de enfretamento às cisheteronormatividades e racismos presentes nas nossas comunidades-terreiro, essas constituídas desde as normas coloniais judaico-cristãs. A intenção é a de promover resistências nas comunidades-terreiro, o que aponta para a existência de um projeto de modificação de mentalidades nesses territórios sagrados, o que propomos chamar de um Candomblé Anticolonial. A análise se deu em terreiros de Candomblé, da cidade de Salvador, Região Metropolitana de Salvador, e na cidade de Suzano (Região Metropolitana do Estado de São Paulo), e buscou entender as relações de continuidade/ruptura/resistência que os cultos afro religiosos mantêm com a colonização. A pesquisa de campo, de caráter qualitativo, conta com entrevistas individuais, participação observante em momentos litúrgicos das comunidades de matrizes africanas, além da análise de materiais audiovisuais formativos, dispostos nas redes sociais (Youtube e Instagram) dos dirigentes que conformam a interlocução desta tese, a fim de perceber, por meio dessas lideranças de terreiro, como as normas coloniais têm sido questionadas, em especial no tocante a gêneros, raças e sexualidades, além de como essas lideranças promovem o processo de modificação de mentalidades em suas comunidades.