A encruzilhada de Kossi Efoui assentada no orixá Èṣù : relações epistemológicas sobre a dramaturgia afrodiaspórica
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade de Brasília
Departamento de Teoria Literária e Literaturas - TEL Brasil Programa de Pós-Graduação em Literatura |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://deposita.ibict.br/handle/deposita/371 |
Resumo: | Esta dissertação analisa a obra A Encruzilhada, do dramaturgo togolês Kossi Efoui, que retrata o universo de quatro personagens: o Ponto, a Mulher, o Poeta e o Cana numa encruzilhada sem saída. No final dos anos de 1980, essa peça ganhou o prêmio do Concurso Teatral Interafricano da Rádio Francês Internacional - RFI, o que a tornou uma das principais obras africanas na contemporaneidade, visto que a sua poética dramática rompe com a forma tradicional de um teatro africano, que, geralmente, possui características relacionadas ao folclore ante à condição humana e as suas relações na sociedade. Dessa maneira, a peça teve a sua primeira tradução para o português e encenação nos palcos brasileiros pelo Coletivo de Teatro En Classe et En Scène da Universidade de Brasília. Esse grupo é composto por estudantes e membros externos da Universidade, que se interessam pela produção e encenação dos textos teatrais de dramaturgos africanos de língua francesa da África Subsaariana. Nesse sentido, os objetivos desta dissertação estão presentes na análise dessa dramaturgia de Kossi Efoui, com as perspectivas das cosmovisões afro-brasileiras centradas na religião do candomblé de nação Ketu. Desse modo, a análise assenta-se nas epistemologias do orixá Èṣù, que é uma das entidades mais controversas do panteão das religiões de matriz africana. As epistemologias sobre esse orixá estão presentes na abordagem teórica dos seguintes capítulos: Èṣù Yangi, que retrata o princípio dinâmico; Èṣù Lonan, o despacho presente na encenação e o Èṣù Bàrá, a análise do corpus dramatúrgico da peça. Essas diferentes nomenclaturas expostas nos capítulos representam as qualidades de Èṣù, que foram invocadas a esta dissertação, com o intuito de compreender a complexa dimensão poética do senhor dos caminhos, presente na encruzilhada africana e afro-brasileira. Para essas discussões, recorremos aos teóricos Sylvie Chalaye, Aimé Césaire, Abdias do Nascimento, Jean-Pierre Sarrazac, Patrice Pavis, Kossi Efoui, entre outros, que nos possibilitaram uma reflexão teórica sobre esse drama na contemporaneidade. Por fim, esta pesquisa segue um caminho, mas outros podem surgir nesta encruzilhada teórica, pois apostamos na reinvenção e releitura de mundos. |