Mães negras na pós-graduação: uma abordagem interseccional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Juliana Marcia Santos
Orientador(a): Souza, Ângela Maria Freire de Lima
Banca de defesa: Rosa, Katemari Diogo, Brito, Angela Ernestina Cardoso de, Tavares, Márcia Santana, Souza, Ângela Maria Freire de Lima
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32119
Resumo: A conciliação entre maternidade e carreira científica constitui-se como uma difícil tarefa para as mulheres, tornando-se ainda mais difícil para as mulheres negras. Entre os problemas enfrentados, a constituição da ciência moderna tem excluído as mulheres do trabalho científico em um contexto social que circunscreve as mães ao ambiente doméstico e as mulheres negras à servidão. Desta forma, mulheres mães negras têm acumulado em sua trajetória acadêmica inúmeras desvantagens fruto das intersecções entre múltiplas formas de opressão. Por isso, este trabalho tem por objetivo analisar a trajetória acadêmica de mães estudantes negras de cursos de pós-graduação da Universidade Federal da Bahia identificando mulheres negras e mães em diferentes cursos de pós-graduação da Universidade Federal da Bahia e investigando possíveis redes de assistência e estratégias que possibilitam a permanência destas mães estudantes negras em seus cursos; analisa ainda de que maneira a maternidade tem sido interpretada pelas ciências e como esta se configurou historicamente; a compreensão sobre o impacto da maternidade nos afazeres relacionados ao cotidiano universitário/acadêmico destas mães universitárias; além de compreender de que maneira lidam com as relações de poder que configuram sua autonomia e autoridade dentro e fora do ambiente acadêmico universitário. Para isso, realizou-se triangulação dos métodos de coleta por e-survey e entrevistas que passaram por análise do conteúdo e análise crítica do discurso. Percebeu-se que mesmo desfrutando de alto nível de formação, essas mães negras ainda se deparam com problemas enfrentados pela população negra em geral, demonstrando que a estrutura racista ainda incide sobre a trajetória da pessoa negra de qualquer nível socioeconômico. Por outro lado, notou-se que mesmo após muitos avanços na conquista de direitos das mulheres universitárias, a maternidade durante a formação de pós-graduação ainda impõe dificuldades para estas mulheres que elaboram estratégias mobilizando principalmente suas famílias para auxiliarem no cuidado das crianças e assim permanecer na Universidade e constituir sua carreira científica.