Mães negras: as crises próprias do tornar-se mãe e suas influências no estabelecimento de vínculo mãe - bebê
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5780 |
Resumo: | Este estudo teve como objetivo analisar de que forma mães negras vivenciam as crises instauradas com a chegada do primeiro filho e, como tais crises influenciam no estabelecimento de vínculo entre mães e bebês. A pesquisa foi construída a partir do método qualitativo, utilizando-se da análise de conteúdo e estruturando-se a partir do método do estudo de caso. Foram entrevistadas três mães, indicadas por membros dos movimentos sociais da Cidade de Manaus – AM. Tais mulheres deveriam atender ao perfil adotado para a pesquisa: mães negras, com idade entre 15 e 25 anos, com um único filho de 1 à 5 anos, casadas ou não. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas onde se buscou compreender aspectos da gravidez, parto, puerpério, a dinâmica da relação mãe-bebê e suas influências no vínculo. Após a coleta de dados foram feitas leituras do material obedecendo aos critérios do método de análise de conteúdo, buscando identificar os núcleos de sentido presentes na fala das entrevistadas, passando a posterior divisão em categorias analíticas. Os aspectos presentes em cada categoria deram origem à escrita dos casos, subdivididos em: caracterização; dinâmica familiar e vivências, maternidade e vínculo. Para a discussão propusemos o encontro hermenêutico entre os fenômenos presentes nas falas das entrevistadas com a teoria psicanalítica, pesquisas em saúde, conceitos culturais e históricos e transmissão psíquica. Para a contextualização do estudo, apresentamos um apanhado histórico sobre a maternidade e aspectos da vinculação e buscamos explorar o conceito de crise a partir da visão de vários estudiosos sobre a temática. Feito isso, traçamos uma linha do tempo, a partir da descrição de breve relato histórico sobre a maternidade negra dos tempos remotos da escravidão à contemporaneidade, onde buscamos contextualizar a presença da mulher negra na Amazônia. Os resultados obtidos apontam para diversas formas de vinculação nas quais predominam a presença feminina e as questões da própria vivência da mãe, vivências narcísicas que antecedem a própria maternidade fazendo parte da história de vida das mulheres e influenciando no vínculo estabelecido com seus bebês. Consideramos que é possível que a transgeracionalidade psíquica atue sobre as mulheres negras a partir de conteúdos construídos historicamente, e ainda que às mulheres é atribuída uma cobrança excessiva por parte delas mesmas e da sociedade sobre o tornar-se mãe sem se levar em conta que a forma como elas desempenham este papel está totalmente ligada as suas vivências como filhas, e ainda, a importância de observarmos a relevância do apoio psicológico as mães em todas as fases da gestação, parto e puerpério, de forma a contribuir para a saúde psíquica de mães e bebês e para a construção de subsídios para o enfrentamento das crises desencadeadas com a chegada do primeiro filho. |