Slam das minas: entre empoderamento de mulheres negras e práticas educativas libertadoras e antirracistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Aline Nery dos lattes
Orientador(a): Souza, Florentina da Silva lattes
Banca de defesa: Santos, Alvanita Almeida lattes, Souza, Arivaldo Sacramento de lattes, Nascimento, Daniela Galdino lattes, Oliveira, Sayonara Amaral de lattes, Souza, Florentina Silva
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40091
Resumo: Esta tese é resultado de um estudo sobre o Slam das Minas/Ba, formado em sua maioria por mulheres negras, poetas/slammers, que performam na periferia de Salvador. O slam, conhecido como poetry slam, é uma batalha de poesia que nasceu nas periferias dos Estados Unidos e ganhou o mundo, chegando ao Brasil pelas mãos de uma mulher negra, Poeta e Mc, Roberta Estrela D’alva. Ele se difundiu pelas capitais em seu formato de slam misto (homens, mulheres, LGBTQUIAP+). À medida que foi se expandindo, criaram-se modalidades para definir as batalhas, como o slam do corpo (pessoas surdas), Slam da Marginalia (pessoas transexuais e travestis), o Slam das Minas (mulheres cis, lésbicas, trans), entre outras modalidades. O trabalho tem, então, o objetivo de analisar as poesias e as performances de mulheres negras no Slam das Minas/BA, observando seus caminhos de resistência e empoderamento e como essas batalhas se ressignificam como prática educativa, contribuindo para a luta por uma educação libertadora e antirracista. Nessa perspectiva, mergulha-se na origem do slam, até chegar a esse formato, conhecido como Slam das Minas, entendendo as pautas de militância de gênero, contra a misoginia e sexismo, e a inserção de mulheres negras e a luta contra o racismo. Como resultados, percebe-se a construção de um movimento que aproximar do universo ficcional das poesias produzidas por essas mulheres negras de Salvador/BA, abordando suas performances, conhecendo os lugares de memórias e de pertencimento à afrodiáspora. Além disso, são notórias as reverberações que surgem através do slam, refletindo sobre as concepções de uma educação antirracista e pautando na prática de um letramento de re-existências. Assim, conclui-se que o slam pode figurar como prática pedagógica, de uma metodologia insubmissa e transgressora, que reverte o epistemicídio e que pretende reforçar o cumprimento das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, fortalecendo as relações étnico-raciais para o ensino. Como fruto dessa pesquisa, cria-se o conceito da Slamgogia, que é a pedagogia do slam nas aulas da área de Linguagens e mais especificamente, nas aulas de Língua Portuguesa. Esse trabalho dialoga com teoria decolonial, com o feminismo negro, memória, letramentos de re-existências, conversando com os/as autores e autoras que abordam esses conceitos que aproximamos de uma prática, que envolve poesia, arte, cultura, provando que a “quebrada” é fonte de conhecimento e de múltiplas aprendizagens.