Questão agrária, educação do campo e formação de professores: territórios em disputa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Janeide Bispo dos
Orientador(a): Taffarel, Celi Nelza Zulke
Banca de defesa: Santos Júnior, Cláudio de Lira, Moradillo, Edilson Fortuna de, Coutos, Marcos Antônio Campos, Sá, Kátia Oliver de, Carvalho, Marise Souza, Araújo, Maria Nalva Rodrigues de, Taffarel, Celi Nelza Zulke, Germani, Guiomar Inez
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21471
Resumo: A presente tese refere-se, no mais geral, à problemática da questão agrária brasileira e seus desdobramentos socioespaciais, e, em particular, à formação de professores para a Educação do Campo. Estudou um projeto piloto de formação de professores em Licenciatura em Educação do Campo implementado pela Universidade Federal da Bahia, que teve como base do processo formativo o projeto de escolarização da classe trabalhadora requisitado pelos camponeses brasileiros organizados em movimentos populares de luta na/pela terra, unificados no “Movimento Por uma Educação do Campo”. Assim, o Projeto Político Pedagógico do curso destacou que o intuito da formação foi voltado para elevar a capacidade teórica dos docentes que desenvolvem trabalho educativo em espaços de conflitualidades decorrentes da questão agrária, tendo em vista as estratégias e táticas da reprodução social levantadas pela classe camponesa organizada em movimentos populares de luta na/pela terra na defesa de seus territórios e na luta pela superação do projeto do capital. Recorreu-se aos aportes teóricos do materialismo histórico-dialético para explicar os fundamentos teóricos que explicam as contradições socioespaciais oriundas da questão agrária brasileira, e, do mesmo modo, aos aportes da pedagogia histórico-crítica e da psicologia histórico-cultural para tratar da natureza e da especificidade da educação. O objetivo teórico da tese foi apresentar explicações científicas que sustentam o argumento de que a concretização da Educação do Campo, nos moldes de um projeto societário revolucionário, depende da dimensão teórico-metodológica que orienta a formação dos docentes que trabalham nas escolas do campo. Assim, a pergunta síntese toma como referência o trabalho educativo que é realizado nas escolas de campo pelos professores egressos do curso de Licenciatura em Educação do Campo da UFBA, considerando a relação entre os fundamentos teórico-metodológicos que guiaram a formação inicial e os que guiam o trabalho pedagógico destes professores nos espaços educativos. O percurso investigativo implicou uma revisão de literatura sobre a produção do conhecimento acerca dos seguintes pontos: produção do espaço geográfico na lógica do capitalismo e na lógica contra-hegemônica; disputas de projetos históricos presentes na análise da questão agrária; nas teorias do conhecimento, nas teorias educacionais e nas concepções de trabalho e de educação. Implicou, ainda, o levantamento, a sistematização e a análise dos dados da atuação dos egressos para posterior discussão sobre os referenciais teórico-metodológicos do percurso formativo e do trabalho docente realizado. Como conclusão do trabalho, reafirma-se a hipótese de que a base teórico-metodológica para elevar a capacidade teórica dos professores para atuarem em um patamar mais elevado em espaços geográficos de conflito, como é o caso do campo brasileiro, é a base que explica o modo de produção capitalista, que explica como nos tornamos seres humanos, como se desenvolve a psique humana e como se organiza, no trabalho pedagógico, a natureza e a especificidade da educação emancipatória a partir da referência marxista.