Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Geisa Lima dos
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Orientador(a): |
Tavares, Márcia Santana
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Banca de defesa: |
Tavares, Márcia Santana
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Givigi, Ana Cristina Nascimento
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Brissot, Ana Valécia Araújo Ribeiro
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Pereira, Áurea da Silva
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Baour, Josimara Aparecida Delgado
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM)
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Departamento: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40747
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Resumo: |
A presente tese é um caminho para a roça e na roça, é um traçado irregular por dentro do mato, que corta o riacho, visita a casa de farinha e se expande no terreiro. É uma imagem cartografada da vida de duas Antônias – a Almeida e a Barbosa –, de Isaura, Valdete, Rosa, Terezinha, Carmelita, Josefa e Marilza. As narrativas do vivido na Casa dos afetos, são colocadas em palavras e poesia. Aquela casa de taipa e suas personagens têm então suas histórias destrinchadas, reviradas e convertidas em um texto-mapa. Algumas inquietações nortearam a pesquisa: como partilhar as narrativas e desvendar como as nove personagens, mulheres rurais das comunidades do Pati e Rio Branco em Alagoinhas e Araçás na Bahia, realizaram a performance/escrita do si na tentativa de resistir? Como se deu a construção de suas subjetividades no contexto em que viviam? A resposta possível foi: cartografar os movimentos de itinerâncias/errâncias das nove mulheres da família Schramm-Barbosa, numa perspectiva voltada para a compreensão das microrrevoluções empreendidas por elas por meio da construção do si. Os objetivos específicos traçados para perceber as micro-histórias em suas complexidades foram: analisar as articulações e quebras entre os signos da cultura, memória e as subjetividades construídas pelas mulheres da pesquisa; expor as armadilhas da pedagogia da domesticação, no contexto das comunidades rurais pesquisadas; investigar as performances de vida e ações estético-política-culturais das personagens da pesquisa; mapear a força e o movimento das mulheres rurais da presente investigação. Os caminhos metodológicos foram alinhavados ponto a ponto com a linha reflexiva da agulha, que conectou na costura feita as autoras: Nascimento (2018), Moreira (2016), Perrot (1989) e (2019), Rago (2013), Oyěwùmí (2021), Gonzalez (2018), Muraro (2002), Ribeiro (2019) e (2021), Bento (2022), Evaristo (2017), Mercês (2022), Adichie (2021) e (2019), Federici (2017), Franco (2001), Hooks (2022), Kilomba (2019), Rios (2011), Rolnik (2016), com as narrativas contadas pelas vinte e cinco pessoas entrevistadas. No que tange ainda aos aspectos metodológicos foram realizados: mapeamento bibliográfico e iconográfico, entrevistas, registro em áudio e vídeo, busca de fotografias antigas, produção de desenhos e criação de QR Codes, com o objetivo de captar por meio do método cartográfico-performativo os rastros, os signos, os discursos e ações estético-político-culturais das personagens/mulheres da roça. Como resultados da pesquisa, vem a noção da roça enquanto um campo discursivo/teórico, para descontruir o conceito de roça como não-lugar e/ou entrelugar; o ponto mais relevante é a construção da percepção das nove mulheres/personagens, como combatentes incansáveis que empreenderam microrrevoluções em seus cotidianos, metamorfoseando a vida e tentando não tombar diante do patriarcado, da miséria, da fome e da violência; elas se constituíram a cada dia, seja no trabalho braçal, na feira, em casa, na cama ou na reza. Deste modo, cai por terra a imagem da mulher da roça no complexo de passividade eterna. A investigação se faz relevante, portanto, ao visibilizar que histórias reais de mulheres da roça, sejam elas Barbosa ou Schramm, cheguem até o espaço acadêmico com o propósito de desmontar os signos falocêntricos nos meandros do imaginário social e espalhem a potência, o desejo do devir que ainda é vivo na Casa dos afetos. A tese é uma casa feita de taipa... |