Paisagens nas ruínas do desenvolvimento metropolitano : narrativas cartográficas entre os municípios de Triunfo (RS) e Montenegro (RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Martini, Douglas Silveira
Orientador(a): Caron, Daniele
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/252803
Resumo: Esta pesquisa faz parte de uma experiência cartográfica vivida enquanto habitante e pesquisador, cujo objetivo foi apreender e refletir sobre as paisagens às margens da BR- 386, entre os municípios de Triunfo e Montenegro, a oeste da Região Metropolitana de Porto Alegre/RS (RMPA). Nesse contexto de estudo, próximo ao complexo industrial do III Pólo Petroquímico, são desenvolvidas atividades de comércio, serviço, extrativismo, silvicultura, indústria, logísticas, monoculturas, entre outras, que dão a ver as complexidades de um intenso processo de urbanização da paisagem metropolitana engendrado nas últimas décadas. Através da abordagem teórico-metodológica da narrativa, a paisagem é aqui entendida a partir de uma perspectiva contemporânea, onde as paisagens são um acontecer de vários aconteceres, visíveis e invisíveis, entrelaçados ao longo do tempo e do espaço, em meio a práticas cotidianas e histórias das e dos habitantes. A cartografia nesta pesquisa é entendida tanto como cartografia da ação social quanto como cartografia sentimental. Sendo assim, não se trata de representar uma paisagem emoldurada, mas de dar atenção aos materiais e às forças que se movem em meio à paisagem. Seguindo os rastros de dois grandes projetos de escala metropolitana e regional, a ampliação da BR-386 e o Aterro Industrial na localidade de Pesqueiro, produzo dois ensaios cartográficos inspirados pelas operações metodológicas da montagem, cuja disposição de fragmentos de um acervo narrativo em movimento faz emergir sintomas de uma paisagem arruinada. É através desses sintomas que busco emaranhar as estratégias dos empreendimentos, suas arenas políticas, as operações que mobilizam e seus impactos, ao mesmo tempo em que disponho as experiências cotidianas de vizinhas e vizinhos que narram sobre modos de resolver a vida que escapam e/ou interpelam as lógicas desse desenvolvimento metropolitano. Chego, por fim, à "paisagem brutalista" e à "paisagem de sacrifício", duas pistas que deslocam a paisagem da sua tradicional objetificação e convocam seu entendimento enquanto expressão de uma permanente disputa de forças, a ser incorporada nos estudos urbanos e regionais.