Cartografias da resistência: mulheres em situação de rua, políticas de cuidado, pandemia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Augusto, Fernanda Carla de Moraes [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67586
Resumo: Esta pesquisa-rio com mulheres em situação de rua, que emerge em meio à pandemia de Covid 19, propõe cartografar algumas de suas histórias de vida, atenta à inventividade em seus modos de resistência. Uma abertura a outras histórias, que potencialmente tensionem o instituído, os discursos hegemônicos, a ordem violenta da lógica colonial, capitalista, sexista, racista, produtora de misérias e assujeitamentos. Um processo de problematizações, considerando dimensões macro e micropolíticas, sobre gêneros, sexualidades, relações raciais, desigualdades, interseccionalidade, políticas de cuidado e políticas públicas - especialmente nas áreas de saúde mental, atenção psicossocial e proteção social. A população em situação de rua cria seus modos de viver, de tecer suas redes, seus cuidados, suas movimentações nômades. São diversas as políticas públicas que precisam estar articuladas intersetorialmente na busca por afirmação da vida e de direitos. A Atenção Psicossocial no SUS implica em uma contínua criação conjunta de estratégias, em rede, a partir das singularidades dos territórios, especialmente no contexto da pandemia. Esta cartografia busca estar junto com a população em situação de rua, em territórios da cidade de Santos/SP, a partir de parcerias com coletivos, vinculações, ações, andanças cotidianas, somadas a lembranças e desassossegos de outros tempos de atuação profissional na Rede de Atenção Psicossocial - RAPS e no Sistema Único de Assistência Social - SUAS. A proposta é de mergulhar neste rio e em seus acontecimentos, com uma bússola ética contracolonial e histórias de Marias como guias. Os escritos desse percurso fluem a partir do Diário de Campo, com fabulações de narrativas, a partir de encontros e memórias, e com um olhar para a potência da vida em resistência ao poder sobre a vida. Uma aposta de que as narrativas podem ser potenciais produtoras de processos de subjetivação e de analisadores de políticas de cuidado e de interseccionalidade. Um movimento de sondar pistas para o reencantamento de discursos, práticas, saberes, pesquisas, na criação de cuidados nômades, de rupturas em relações de poder e na potencialização da vida.