Resumo: |
Elaborar uma teoria substantiva acerca da experiência de estigmatização das mulheres e homens com condição pós-covid. Estudo de abordagem qualitativa, de caráter analítico e explicativo, com referencial teórico da Teoria Social do Estigma e metodológico da Teoria Fundamentada nos Dados, na perspectiva corbiniana, desenvolvido com pessoas com condições pós-covid e seus familiares, a partir da ambiência virtual, recrutadas por redes sociais digitais, com coleta de dados realizada entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024. A análise comparativa constante dos dados ocorreu paralelamente à sua produção, por meio da codificação aberta, axial e integração, foi adotado o modelo paradigmático e, ao fim, conduzida a validação da teoria. Em todo o processo, as premissas éticas para pesquisa com seres humanos foram observadas. A categoria central da teoria foi “Seguindo a vida sob o estigma da persistência de sintomas pós- covid-19”, que compreende as categorias (i) “Tornando-se alguém com condição pós-covid”, composta pelas subcategorias “Administrando o início da doença”, “Atravessando o adoecimento” e “Percebendo a persistência de sintomas”; (ii) Vivenciando o estigma nas relações com as outras pessoas, composta pelas subcategorias “Interagindo com pessoas não adoecidas”, “Contatando profissionais de saúde” e “Coabitando com a família” e (iii) “Adaptando a vida diante do estigma e persistência dos sintomas”, composta por “Sentindo as repercussões da persistência dos sintomas”, “Encarando o tratamento diferenciado das pessoas” e “Buscando seguir a vida”. a experiência dos sintomas persistentes e o estigma que as pessoas ainda enfrentam em decorrência da covid-19 permanecem enquanto obstáculos à superação dos efeitos da pandemia e denota como este fenômeno modificou a trajetória daqueles que seguem, que vivem de forma paralela, sob tais condições, invisibilizados, desacreditados e reivindicando maior suporte através de políticas públicas. |
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