Aspectos vocais e respiratórios após COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Diedio, Pollyana Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-07112023-183350/
Resumo: Introdução: O pós-COVID-19 tem causado sequelas em vários sistemas do corpo, incluindo o respiratório, nervoso central, cardíaco, metabólico e renal, além de fadiga e fraqueza muscular. No entanto, há poucos estudos sobre as características vocais e respiratórias nessa fase pós-COVID-19. Objetivo: Caracterizar os aspectos vocais e respiratórios antes, durante e após a COVID-19, levando em consideração sexo, idade, tempo de acometimento e grau de severidade da doença, e comparar esses aspectos com indivíduos não acometidos pela COVID-19. Metodologia: participaram do estudo indivíduos adultos, de ambos os sexos e que comprovadamente foram acometidos pela COVID-19 (grupo COVID); indivíduos não acometidos pela COVID, pareados de acordo com sexo e faixa etária (grupo NCOVID). Após assinarem o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (CEP/FOB-USP: parecer 5.335.408), todos responderam a um questionário remotamente (google forms). Foram investigados: idade, sexo, presença de queixa vocal, respiratória, sintomas vocais, laringofaríngeos e respiratórios antes, durante e após COVID-19, bem como perguntas sobre a doença. Responderam também aos protocolos ITDV, ESV, IFV e IDV-10. Após responderem ao questionário e protocolos, os moradores de Bauru/SP e região foram convidados a gravar a voz (vogal /a/ e contagem) e para extração de medidas respiratórias (capacidade vital forçada- CVF, volume expiratório forçado de primeiro segundo VEF e razão de VEF/CVF). Para a análise perceptivo-auditiva, três juízes cegados em relação aos grupos, classificaram as vozes como: sem desvio e voz alterada, quanto aos parâmetros grau geral da qualidade vocal, rouquidão, soprosidade e tensão. A análise acústica foi composta pelas medidas: pico cepstral suavizada, relação alfa e diferença L1 e L0. Para a análise da amostra, foram aplicados testes estatísticos paramétricos e não paramétricos (p<0,05). Dividiu-se as análises em três fases: fase 1 - grupo COVID e NCOVID; fase 2 grupo COVID, dividido em COVID LEVE (sem hospitalização), COVID MODERADA (hospitalização) e COVID SEVERA (hospitalização e intubação); fase 3 - grupos COVID e NCOVID com avaliação de protocolos, da qualidade vocal e respiratória. Resultados: Houve predomínio do sexo feminino, faixa etária de 18 a 44 anos e 11 meses, acometidos por COVID leve, com predomínio de respostas de 2 a 4 meses após a doença, nas três fases. Fase 1 composta por 117 participantes em cada grupo (COVID e NCOVID), houve relação entre o tempo decorrido após o diagnóstico da COVID-19 e a presença de queixas vocais após a doença; hábitos de ingestão de bebida alcoólica e tabagismo estão relacionados com o não acometimento da doença. Fase 2 - contou com 145 indivíduos no grupo COVID LEVE, sete participantes no COVID MODERADA e 13 no COVID SEVERA. Encontrou-se que os sintomas vocais (ardência na garganta, perda da voz e instabilidade) e dispneia, após o acometimento da doença estão significativamente relacionados com grau de severidade da doença, predominantemente por dois a quatro meses. Participantes com queixa vocal também tiveram significativamente mais sintoma geral de cansaço autorreferido após COVID-19. A presença de sintomas vocais, fadiga vocal e distúrbio vocal está significativamente nos graus de maior acometimento da COVID-19. A presença de bronquite e DPOC impacta no grau de severidade da COVID-19. A dispneia está nos mais variados graus da doença, sendo impactada por sintomas gerais como tosse seca e cansaço. A fase 3 foi composta por 23 participantes em cada grupo (COVID e NCOVID). Após COVID-19 leve há limitação no uso da voz, com presença de fadiga vocal. Conclusão: Toda a conclusão deste estudo está baseada na amostra composta por em sua maioria de indivíduos adultos jovens, sexo feminino, acometidos por COVID-19 de grau leve e que foram investigados entre dois e quatro meses após a doença. Os sintomas vocais, principalmente relacionados à limitação no uso da voz, fadiga vocal e distúrbio vocal, assim como dispneia, estão significativamente mais presentes em graus de maior severidade da doença.