A tradição romântica na construção das imagens na poesia de Cecília Meireles.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Freire, Eunice Rocha
Orientador(a): Telles, Lígia Guimarães
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da UFBA
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11599
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo estudar a lírica de Cecília Meireles (1901-1964) a partir da hipótese de que a autora é herdeira do Romantismo. Uma argumentação favorável a esta tese é o fato de Cecília Meireles ter se distanciado da vertente modernista revolucionária de seu tempo, preferindo as fontes tradicionais românticas como motivação para a sua poesia. Tomamos como objeto de estudo, a obra poética Viagem, livro-chave na obra da escritora, prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras de 1938 e publicado em Lisboa, em 1939. Em Viagem, o poeta revela o cantar subjetivo, reflexivo, meditativo e nostálgico que é facilmente encontrável na poesia romântica do século XIX. A adesão a moldes tradicionais engendra a musicalidade, harmonia formal e organização equilibrada e deixa patente a preocupação estilística que abre caminho para a riqueza temática da lírica de Cecília Meireles. As imagens poéticas derivam do repertório do Romantismo: “noite”, “estrelas”, “vento”, “flor”, “tempestade”, e ainda outras ligadas ao instantâneo, ao fugaz , ao ilusório e ao sonho, que compõem o universo de temas da poesia ceciliana de raiz romântica. No modernismo brasileiro, Cecília Meireles engajou-se à vertente conservadora, ligada à revista Festa, que buscava a renovação da literatura brasileira, mas não abria mão das heranças culturais. Acolhia os recursos da métrica e do verso livre decadentista, distanciando-se das propostas da vanguarda modernista da Semana de Arte Moderna de 1922. Dessa forma, é possível entender o perfil da poesia de Cecília Meireles, entre o modernismo e a herança da tradição romântica, acenando com os dilemas do homem moderno e manejando os metros tradicionais e produzindo uma obra relevante para as letras nacionais, sendo considerada uma das maiores expressões do cânone literário brasileiro do século XX.