Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
BIONI, Amanda Moury Fernandes |
Orientador(a): |
FERREIRA, Ermelinda Maria Araujo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33718
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Resumo: |
O presente trabalho assume um olhar investigativo acerca da poesia lírica moderna. De acordo com as perspectivas modernas, a poesia lírica se constitui como um objeto de protesto contra o mundo, à proporção que se assume como uma totalidade autossuficiente e, assim, um mundo criado em si mesmo, conforme indicaram os estudos de Adorno (2003) e Pozuelo (1994;1997). Diante desse contexto, o poema adquire uma habilidade em ofertar imagens acrescentadas, a fim de revelar a complexa condição humana. Logo, se estabelece como uma via indireta de conhecimento. A proposta de conhecimento por vias indiretas, por sua vez, é objeto de pesquisa do simbolismo catóptrico, que defende o espelho como um gênero literário, devido à sua capacidade de fornecer imagens deformantes, de acordo com os estudos de Jónsson (1995) e Ciordia (2009). Assim, é objetivo desse trabalho demonstrar que a poesia lírica moderna pode ser entendida como um espelho, porque fornece imagens aperfeiçoadas às circunstâncias humanas, funcionando, dessa maneira, como um objeto de conhecimento e de reconhecimento. Para tanto, os estudos de Paz (1976, 2012), Friedrich (1978) Abrams (2010) e Merquior (2013) foram utilizados, especialmente, com respeito ao entendimento sobre a imagem no poema. Além disso, também se pretende verificar a condição de poeta como um artífice de espelhos, devido à capacidade de observação obstinada à realidade, além de ser um visionário e, assim, se disponibilizar à projeção de imagens. Com o propósito de substancializar a discussão proposta, foram selecionados quatro poemas da poeta portuguesa, Florbela Espanca, e quatro poemas da poeta brasileira, Cecília Meireles. Os poemas de Florbela Espanca foram extraídos de dois livros da autora: Trocando Olhares (1915 – 1917) e Livro de Mágoas (1919). Do primeiro livro, os poemas selecionados foram: “Poetas” e “Cegueira Bendita” – do segundo livro: “Eu” e “Tortura”. Com relação aos poemas de Cecília Meireles, estes são provenientes também de dois livros da autora: Viagem (1939) e Retrato Natural (1949). Os poemas do primeiro livro foram: “Retrato” e “Motivo”, os poemas do segundo: “Tempo Viajado” e “Pastora Descrida”. Recorreu-se às escritoras, porque além da proximidade temática, há uma semelhança referente ao aspecto de observação obstinada com relação ao mundo e aos meandros das circunstâncias humanas, inclusive, à situação do poeta defronte à sociedade e diante do seu próprio ofício. |