Elaboração psíquica de pacientes oncológicos: uma reflexão a partir da psicossomática psicanalítica e da contemporaneidade
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5642 |
Resumo: | Este estudo tem como objetivo compreender a elaboração psíquica de paciente oncohematológico à luz dos conceitos da psicossomática psicanalítica e dos processos de subjetivação contemporâneos. Tendo como apoio a concepção do processo de saúde-doença, a abordagem Psicossomática abarca conhecimentos dos aspectos biológicos da doença e de um conjunto de saberes, envolvendo os enfoques do ser humano enquanto ser psicológico e social. Para tanto, o método que se propõe utilizar é interdisciplinar, orientado pela Psicossomática e pela Análise de Discurso. O intuito é ressaltar os acontecimentos como um processo complexo e articulado entre as dimensões clínica e psicossocial, por meio da linguagem. No percurso da discussão entre corpo e mente, vários estudiosos, sobretudo do campo da Psicanálise, têm feito empenhos para erguer um campo teórico sólido apropriado na tentativa de elucidar o saber psicossomático. Assim, ganham destaque as ideias dos perfis psicossomáticos da Escola de Psicossomática da Escola de Chicago, representadas por Helen Flanders Dunbar, nos estudos sobre os conflitos emocionais psicogênicos, e por Franz Alexander, quando da inauguração das doenças psicossomáticas. Nas últimas décadas, a proposta de tratamento psicoterápico de doentes somáticos, possibilitou o surgimento do conceito de funcionamento operatório, desenvolvido pela Escola de Psicossomática Psicanalítica de Paris, representada por Pierre Marty. Partindo de uma questão norteadora, buscamos clarificar como acontecem as vivências afetivas, a elaboração psíquica de pacientes onco-hematológicos frente à eclosão da doença e do tratamento. Nessa disposição, cinco pacientes com leucemia aguda, hospitalizados, participaram do estudo na Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas. Foram achados dados significativos relacionados ao histórico de perdas e lutos não elaborados, aspectos atuais da vida como condicionantes do processo de adoecimento, insuficiência psíquica elaborativa, a relação de assujeitamento e sofrimento no trabalho, característica de complacência psicossomática, abolição dos próprios desejos e vontade, numa espécie de alheamento do corpo a serviço das demandas externas. Há indicação de potencializadores do apagamento afetivo, comumente apresentados por pacientes somáticos frente ao drama da doença, do tratamento e hospitalização. Esse processo dramático, potencializado pelo medo da morte, foi nomeado como “vida nua”, conceito original de Agamben (2002), aqui entendido como a vida biológica em jogo com incremento da pulsão de morte e a ausência aparente da restrição afetiva, vivenciados pelos pacientes desta pesquisa acometidos por câncer. |