Matrizes da elaboração psíquica no pensamento psicanalítico: entre Freud e Ferenczi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Abrantes, Thiago da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-28052021-134537/
Resumo: Faremos uma discussão sobre o desenvolvimento da clínica freudiana com enfoque nos fatores que levaram a formação de diferentes matrizes do que, aparentemente, seria um conceito único de elaboração psíquica. Nosso principal objetivo é situar as condições históricas que possibilitaram a emergência das diferentes matrizes da elaboração psíquica no desenvolvimento da clínica freudiana, investigando seus desdobramentos técnicos para o campo psicanalítico, com enfoque nas contribuições de Sándor Ferenczi. A primeira matriz da elaboração psíquica, a elaboração associativa, relaciona-se à um processo intrapsíquico, definido como a capacidade do psiquismo para ligar afetos e representações correspondentes. Já a segunda, a perlaboração, relaciona-se com a superação de resistências, em um processo transferencial e interpsíquico, uma vez que seria pelas intervenções do analista que a perlaboração encontra chances de acontecer. Freud apresentou a perlaboração, como um conceito fundamental para a teoria da técnica, pois remete para o modo como o analista se posiciona, ou pode se posicionar, para manter e sustentar uma situação analítica. A perlaboração se coloca como um meio pelo qual seria possível ao sujeito lidar com as dificuldades que aparecem durante um tratamento devido à resistência, ela ganhou um estatuto próprio e reconhecido como o principal constituinte técnico de uma análise, em um processo transferencial e intersubjetivo, ponto valorizado por Ferenczi em suas discussões técnicas. A investigação aqui proposta buscou descrever os diferentes registros do funcionamento psíquico da perlaboração a partir da segunda tópica do aparelho psíquico proposta na teoria freudiana, demonstrando a maneira que ocorre a perlaboração em cada categoria de resistência, do Eu, do Id e do Super-eu e, para tanto, as orientações técnicas ferenczianas foram fundamentais. Nossa hipótese é que os diferentes modelos que a perlaboração pode assumir depende da categoria de resistência envolvida em um caso, reconhecimento que permitiu conceber a relação analítica como uma relação intersubjetiva. Por fim, apontaremos que a segunda matriz acarreta a primeira, pois seria pela superação das resistências que a associação de uma representação ocorre