Precarização do trabalho em hospital geral e suspeição de transtornos mentais comuns em trabalhadores de enfermagem
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20616 |
Resumo: | A presente dissertação tem como objeto de estudo “precarização do trabalho e os transtornos mentais comuns em trabalhadores de enfermagem”. Os objetivos foram verificar a suspeição de transtornos mentais comuns em uma amostra de trabalhadores de enfermagem com vínculo precarizado; identificar a associação entre os transtornos mentais comuns e as características da amostra e discutir as implicações dos transtornos mentais comuns para a saúde dos trabalhadores e a organização do trabalho hospitalar. Estudo quantitativo com delineamento transversal, do tipo descritivo, desenvolvido em um hospital público federal de grande porte situado no município do Rio de Janeiro. Participaram do estudo profissionais de enfermagem mediante os seguintes critérios de inclusão: trabalhadores temporários e que exerciam atividades assistenciais pelo menos a 30 dias. A coleta de dados foi realizada por meio de três instrumentos (caracterização sociodemográfica e ocupacional, condições de saúde e o Self Report Questionnaire (SRQ-20), elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na suspeição de TMC trabalhou-se com os seguintes pontos de corte: sete ou mais respostas positivas para homens e oito ou mais para mulheres. Os resultados evidenciaram que de uma população de 254 trabalhadores temporários que atuavam diretamente na assistência, a amostra foi constituída por 80 profissionais, predominantemente enfermeiros, do sexo feminino, faixa etária de 35 a 44 anos, casados e/ou união estável, renda familiar entre 3 e 5 salários mínimos, graduados, possuíam apenas um vínculo empregatício, atuando em regime de turnos, cumprindo 30 horas semanais na instituição. A suspeição de transtornos mentais comuns (TMC) na amostra foi de 52,5%, sendo identificada a associação com as variáveis de exposição sexo e renda familiar (p<0,05). As queixas do SRQ-20 mais frequentes foram “se sentir nervoso, tenso ou preocupado”, “dormir mal” e “tem dores de cabeça frequentes”. Conclui-se que devido à alta frequência de suspeição de TMC na amostra e as queixas de ansiedade, somatização e diminuição da energia vital, exige-se ações de cunho preventivo e terapêutico que minimizem a possibilidade de evolução de transtornos mentais severos e o uso de ansiolíticos. A renda é um aspecto relevante em termos de saúde, pois diante dos baixos salários esses profissionais tendem a acumular mais de um vínculo, propiciando maior desgaste e/ou sofrimento. A associação com o sexo, evidenciou que por se tratar de uma categoria majoritariamente feminina, há de se considerar a questão de gênero e a sobrecarga devido a dupla e/ou tripla jornada, além da difícil conciliação com o trabalho doméstico e demais atividades de cunho social. Há necessidade de realização de estudos sobre TMC na enfermagem tendo em vista a incipiência dos mesmos nesta população e a necessidade de suporte organizacional e terapêutico com vistas a saúde e ao bem-estar dos profissionais. |