Além dos códigos morais: masculinidade e seus conflitos nos romances A filha do arcediago e A neta do arcediago, de Camilo Castelo Branco
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16453 |
Resumo: | Esta dissertação estuda as representações das masculinidades nos romances A filha do arcediago (1854) e A neta do arcediago (1856), ambos de Camilo Castelo Branco (1825-1890). Analisamos tais representações a partir de como se configuravam e se integravam na sociedade portuguesa do século XIX com relação às transformações sociais, políticas e eco-nômicas oriundas da ascensão da burguesia. Partimos da hipótese de que tais transformações contribuíram para o surgimento de duas maneiras de expressar a masculinidade: a) no Antigo Regime, por meio da preservação da honra, por meio da defesa dos títulos de nobreza e do prestígio social; b) a partir da consolidação da burguesia, mediante a obtenção de lucro e di-reitos sociais. Dessa maneira, objetiva-se compreender como o surgimento de novos valores morais contribuíram para caracterizar outras configurações masculinas. Os princípios mascu-linos, frutos de um ambiente burguês, preservavam certas exigências que geravam nos indiví-duos a sensação do horror, fazendo com que, por vezes, acabassem reagindo de maneira sub-versiva e violenta. Por consequência, diante da normatização dessa masculinidade, intensifi-cou-se a subjugação das mulheres, algumas das quais, em resposta às limitações morais e psi-cológicas impostas, assumiram posições de antimasculinidade. Nesse sentido, as obras que constituem nosso corpus ficcional, A filha do arcediago e A neta do arcediago, são interpre-tadas como uma crítica social, a fim de evidenciar as demonstrações de masculinidades (e as reações a elas) em várias personagens. Como fundamentação teórica para tanto, baseamo-nos nos estudos sobre masculinidades de José Carlos Barcellos, Michael Foucault, Pierre Bourdieu e Alain Corbin, a partir dos quais decorrem reflexões sobre virilidade, antimasculinidade, homoerotismo feminino e violência. |