"Essa mulher não ajoelha, nem suplica": gênero e raça em A filha do doutor negro, de Camilo Castelo Branco
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16552 |
Resumo: | O século XIX foi um período de profundas transformações sociais nos países europeus, especialmente no caso de Portugal. Além de conviver com os desdobramentos da Revolução Francesa, ocorrida no século anterior, o país ibérico também convivia com as consequências da Revolução Liberal do Porto, que aconteceu em 1820. Das diversas questões em voga no período, este trabalho ressalta a reorganização dos papeis de gênero, matéria fundamental para a reestruturação ocorrida no período. Ainda que as revoluções citadas fossem motivadas por princípios de liberdade e igualdade, faz-se necessário observar que isso se limitava aos homens, uma vez que eles buscavam limitar cada vez mais a circulação dos espaços públicos e a participação política das mulheres no século XIX. No entanto, cabe ressaltar que nem todas as mulheres aceitavam passivamente essa condição, ainda que a submissão fosse algo imposto a elas. Nesse sentido, a escrita profissional de Camilo Castelo Branco nos auxilia na compreensão desse atribulado período. Dada a sua necessidade de subsistência por meio da publicação de folhetins, Camilo precisava dialogar com o seu heterogêneo público leitor, de modo a atender tanto às expectativas dos fieis defensores do tradicionalismo familiar – que defendiam a submissão feminina – quanto às das jovens atentas às mudanças que estavam ocorrendo na sociedade. Da vasta obra camiliana, escolheu-se o romance A Filha do Doutor Negro (1864), obra pouco revisitada pela crítica camiliana. A obra dialoga com as principais discussões sociais do período, principalmente no que diz respeito às questões relacionadas às tensões de raça e de gênero. Partindo disso, esta dissertação se propõe analisar minuciosamente o como essas inquietações aparecem na narrativa de Camilo Castelo Branco, especialmente na trajetória da protagonista Albertina, além de estabelecer um diálogo com o contexto oitocentista |