História social enquanto tragédia: leitura de Luta de gigantes, O olho de vidro e O senhor do paço de Ninães (de Camilo Castelo Branco)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Fabiana de Paula Lessa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21613
Resumo: O século XIX assistiu a profundas transformações, consequências da Revolução Industrial, que provocou o aparecimento do proletariado nas grandes cidades, e da Revolução Francesa que, com seu ideal de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, alterou as relações sociais. O absolutismo deu lugar ao liberalismo. Por consequência, economicamente, instaurou-se a livre concorrência e, politicamente, defendeu-se a liberdade individual. Capitalista e liberal, a burguesia ergueu uma civilização materialista, desenvolveu o capitalismo e controlou a política. Nesse contexto histórico-social, o romance afirma-se como gênero hegemônico para representar os valores burgueses e a literatura se democratiza. O objetivo desta tese é analisar, em perspectiva comparada, os romances históricos de Camilo Castelo Branco (1825-1890), em diálogo com o chamado romance de temática contemporânea. O nosso foco incide sobre o romance histórico: Luta de gigantes (1865), O olho de vidro (1866) e O senhor do paço de Ninães (1867). Aqui Camilo revisita os últimos três séculos da história de Portugal: o desaparecimento do rei D. Sebastião (1554-1578) em Alcácer-Quibir, a perda da independência em 1580, a Revolução de 1640, a guerra de restauração (1640-1668) e a Inquisição (1536-1821), analisa-os criticamente, assinala o entrelaçamento do individual com o coletivo e traz para o centro do narrado a concepção da história enquanto história trágica. Para Camilo, a repetição e o desconhecido nunca cessam de acossar o homem