Crenças maternas sobre competências emocionais e estratégias de regulação emocional: impactos na autorregulação emocional dos filhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Ana Beatriz de Mota e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17350
Resumo: A regulação das emoções destaca-se por seu papel preponderante na saúde mental, no sucesso acadêmico e na competência social. O estudo das crenças parentais sobre competência emocional infantil é relevante pela relação que mantém com estratégias de socialização das emoções que impactam o desenvolvimento desta habilidade. Para aprofundar estas questões, este estudo investigou crenças maternas sobre competência emocional em crianças e estratégias de regulação emocional utilizadas por mães em seus filhos, ao expressarem emoções consideradas negativas, particularmente a raiva e a tristeza, e a relação com a autorregulação emocional destes. Participaram 44 crianças, de quatro a cinco anos, e suas mães. Foram aplicados às mães os Formulários de identificação, de Dados Sociodemográficos, a escala COMPE, a escala CCNES e realizada uma entrevista estruturada. Com as crianças, foi aplicada uma tarefa de regulação emocional para raiva e tristeza. A análise de dados contemplou análises quantitativas, através da estatística descritiva, testes de normalidade, teste t, análise de correlação de Pearson, teste de correlação de Sperman e qui-quadrado, e análises qualitativas (análise de conteúdo às respostas das entrevistas). Os resultados indicaram o uso preponderante de estratégias apoiadoras. Duas variáveis sociodemográficas parecem ter contribuído nesse sentido: o alto nível de escolaridade e a elevada média de idade das mães. Não foi encontrada associação significativa entre o escore da escala de crenças sobre competência emocional (COMPE) e o escore da escala que mensurava estratégias de regulação emocional usadas pelas mães com os filhos ao expressarem emoções consideradas negativas (CCNES). Opções de método podem ter influenciado esse resultado. Ademais, a literatura ressalta que a relação entre crenças e estratégias não é linear e direta. O tamanho da amostra também pode ter interferido nesse e em outros resultados do estudo. Os resultados apontaram ainda uma predominância no uso de estratégias adaptativas, para raiva e tristeza, e estudos mostram que crianças a partir dos quatro anos já possuem consciência explícita das estratégias eficazes no manejo da raiva e da tristeza. Não foram encontradas associações significativas entre o sexo da criança e o tipo de estratégia utilizado, bem como entre o escore da COMPE e os escores da tarefa de regulação emocional, e entre os escores das subescalas da CCNES e a tarefa de regulação emocional. Pondera-se que o nível de escolaridade e a idade maternas, além do tamanho amostral e escolhas metodológicas podem ter interferido nesses resultados. Foi verificado uso preponderante de estratégias apoiadoras pelas mães, tanto para a raiva quanto para a tristeza, mas, com reporte consideravelmente maior de estratégias apoiadoras para a tristeza, e um percentual expressivamente maior de reações de encorajamento emocional para esta emoção. Pode-se conjecturar que, como a literatura aponta, a tristeza, quando comparada à raiva, é vista como uma emoção menos ameaçadora. Sugere-se que novos estudos contemplem maior número de participantes, com maior variação sociodemográfica, e a inclusão de outras ferramentas para coleta de dados combinadas às utilizadas nesta tese. Entende-se que este estudo cobre lacunas encontradas na literatura, especialmente a carência de estudos brasileiros, e espera-se que promova novas investigações.